08 de setembro de 2016
Combate ao cigarro no Brasil tem sucesso sem precisar de criminalização

O programa contra o tabagismo adotado pelo Brasil desde os anos 80 é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos mais bem-sucedidos do mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de fumantes no país teve uma redução de 40% na década de 80, quando o programa foi iniciado, para 13% atualmente.
Segundo o vice-diretor geral do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Luiz Felipe Ribeiro Pinto, os bons resultados são decorrentes das campanhas de redução do tabagismo feitas no país, como a proibição da propaganda, aumento de impostos sobre os produtos de tabaco e a Lei Antifumo, que são reconhecidas mundialmente pela eficácia alcançada. Para ele, o país é medalhista de ouro nessa área.
Dentro dessas ações de combate ao tabagismo, o próximo passo a ser tomado é deixar as embalagens de cigarro menos atrativas visualmente. O vice-diretor explica que o instituto está na campanha de padronização das embalagens, que serão brancas, com a informação de que fumar mata e imagens de todos os males que o cigarro causa. De acordo com ele, essa ação já foi implementada na Austrália, onde foi possível perceber que a ausência de atratividade visual faz com que adolescentes desistam de fumar.
A desistência por parte da parcela mais jovem da população é muito importante, já que pesquisas mostram que a maioria dos fumantes começam a fumar na adolescência. Além disso, cerca de 20% dos adolescentes brasileiros entre 13 e 15 anos já experimentaram cigarro.