Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz concluíram que o pernilongo comum, o Culex quinquefasciatus, não transmite o vírus zika. A pesquisa, realizada em parceria com o Instituto Pasteur, de Paris, foi divulgada nesta terça-feira, 6 de setembro, em conjunto com a revista científica PLoS (Public Library of Science) Neglected Tropical Diseases.

Os estudos, que envolveram um total de 42 pesquisadores, foram iniciados no ano passado, com a coleta de cerca de 1.600 mosquitos, cerca de metade deles Culex e a outra metade Aedes aegypti, em quatro bairros do Rio de Janeiro: Copacabana, Manguinhos, Triagem e Jacarepaguá. Esses mosquitos foram testados e nenhum dos Culex era portador do vírus Zika.

Na segunda fase da pesquisa, foi criada uma colônia de mosquitos na Fiocruz e eles foram expostos, alimentados e contaminados com sangue contendo o vírus zika. Depois disso, os insetos foram minuciosamente examinados para detectar se haviam contraído o vírus, incluindo em seu estômago, cabeça e saliva. Porém, não foi identificado o causador da zika em nenhum dos pernilongos.

Segundo os pesquisadores, os resultados da pesquisa comprovam que o mosquito do gênero Culex não é capaz de transmitir o vírus da zika. Eles destacaram que essa descoberta representa um direcionamento importante para as políticas públicas de combate à doença, pois será evitado um desperdício de recursos financeiros e esforços de saúde no combate aos transmissores.