07 de setembro de 2016
OMS: Rio 2016 não teve casos de zika

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou por meio de comitê de especialistas que o zika continua representando emergência de saúde pública mundial, apesar de nenhum caso do vírus ter sido registrado durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro no mês passado. A OMS cumprimentou o Brasil por sua bem sucedida aplicação de medidas de saúde pública durante os Jogos Olímpicos.
Considerando as evidências apresentadas, o comitê concordou que devido à continuidade da expansão geográfica e consideráveis falhas no entendimento do vírus e de suas consequências, a infecção por zika e desordens congênitas e neurológicas associadas continuam sendo uma emergência de saúde pública de preocupação internacional.
O comitê fez uma série de recomendações com o objetivo de melhorar o entendimento científico sobre a epidemiologia do vírus, assim como sua prevenção. Entre elas, afirmou ser necessário impulsionar o conhecimento sobre as diferentes linhagens do vírus e suas implicações clínicas, assim como acessar mais fatores de risco que possam agravar a doença.
A entidade recomendou ainda que sejam realizadas mais pesquisas para entender os efeitos da doença em crianças e grávidas, assim como determinar a duração e localização da persistência viral em humanos e seus impactos na transmissibilidade. Recomendou ainda continuar os estudos para o desenvolvimento de medidas preventivas eficazes, como vacinas. O comitê voltará a se reunir em três meses.
Desde que o zika foi detectado no Brasil em maio de 2015, 45 países e territórios nas Américas reportaram a transmissão da doença. Vários deles informaram casos neurológicos graves associados à infecção pelo vírus transmitido principalmente pela picada de um mosquito Aedes aegypti infectado.
De acordo com consenso de pesquisas científicas, o vírus do zika pode desencadear doenças neurológicas como microcefalia em recém-nascidos e a síndrome de Guillain-Barré, que afeta os nervos periféricos e pode provocar uma paralisia progressiva.