Nesta terça-feira (27), durante a 55ª Reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a organização entregou ao Ministério da Saúde Brasileiro o certificado de eliminação do sarampo. Ainda durante o evento, que aconteceu em Washington, nos Estados Unidos, a OPAS declarou que a América é uma zona livre do sarampo endêmico. Com isso, a região passa a ser a primeira em todo mundo, depois de travar uma batalha contra a doença que durou 22 anos.

O último caso da doença identificado no Brasil foi em julho de 2015, no Ceará. Já os últimos registros autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e, desde então, todos os casos que foram confirmados no Brasil foram importados ou relacionados à importação. Isso é resultado de décadas de trabalhos para a eliminação do sarampo e de outras doenças que podem ser prevenidas com vacina.

O sarampo é uma das doenças mais infecciosas conhecidas, além de ser uma das principais causas de morte entre as doenças que podem ser prevenidas com vacinas. Segundo especialistas, há 25 anos, a doença era responsável por cerca de meio milhão de mortes entre as crianças no mundo todo. Para a OPAS, a erradicação da doença no continente é uma prova do êxito quando os países trabalham juntos para alcançar objetivos comuns.

Os esforços para a erradicação do sarampo começaram em 1994 e foram continentais, com um compromisso assumido há mais de duas décadas pelos países da América. Desde 2007 esses esforços têm sido documentados por especialistas, que compilavam os resultados obtidos pelos países envolvidos.

Para o futuro, os especialistas da OPAS ressaltam a importância de se manter as estruturas de atenção à saúde, para impedir que doenças erradicadas voltem a aparecer na população. A organização também mostra esperança na erradicação do tétano neonatal em um curto prazo, além de destacar o esforço que os países estão fazendo para erradicar a hepatite B, o que deve trazer resultados positivos nos próximos anos.