02 de abril de 2013
Vírus da dengue: saiba como ele ataca o organismo
Que febre, dor de cabeça e dores no corpo são sintomas da dengue você já sabe. Deve saber também que, diante destes sintomas, é preciso procurar um médico. Mas será que você sabe por que a dengue é uma doença séria? Como ela é uma infecção viral, para entender por que pode se transformar em algo grave é preciso saber como o vírus age no organismo, como é transmitido e como se multiplica.
Classificado como um arbovírus – vírus transmitido ao ser humano através de insetos –, o vírus da dengue pertence à família Flaviviridae, a mesma do vírus da febre amarela. Ele se divide em quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Como os quatro sorotipos causam os mesmos sintomas e podem provocar tanto a forma clássica da doença quanto formas mais graves, devem ser tratados da mesma maneira.
O ciclo do vírus começa quando o mosquito Aedes aegypti pica uma pessoa infectada. No mosquito o vírus multiplica-se no intestino e passa para outros órgãos até chegar às glândulas salivares, podendo, então, ser transmitido. No ser humano, após a picada do mosquito, inicia-se o ciclo de replicação viral e a seguir ocorre a viremia, com a disseminação do vírus no organismo do doente.
Os primeiros sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar surgem após um período de incubação que pode variar de dois a dez dias. Durante a multiplicação do vírus, formam-se substâncias que agridem as paredes dos vasos sanguíneos, originando perda de líquido (plasma). Além disso, há uma diminuição da circulação de plaquetas e um aumento da concentração do sangue.
As duas alterações podem ser identificadas por meio de um exame de sangue, o hemograma. Mas é preciso atenção mesmo que não haja alterações laboratoriais características de dengue grave. Uma perda de líquido muito rápida, por exemplo, aliada à diminuição de plaquetas, pode causar sérios distúrbios no sistema circulatório como hemorragias e queda da pressão arterial (choque). Por isso, vômitos muito frequentes, dor abdominal importante, tonturas e hemorragias são sinais de alerta.
Além disso, o histórico de saúde do doente também é importante e deve ser considerado. Condições prévias como dengue anterior, hipertensão arterial, diabetes, asma brônquica e outras doenças respiratórias crônicas graves podem agravar a doença. A doença persiste até que o sistema imunológico destrua o vírus. Uma vez infectada por um dos sorotipos do vírus, a pessoa adquire imunidade para aquele sorotipo especifico.
Como não é possível afirmar que será esta a evolução da doença, é preciso ter acompanhamento. Somente o médico pode, de acordo com o exame clínico, definir o tratamento a ser seguido e avaliar a possibilidade ou não de agravamento da infecção causada pelo vírus da dengue. Da mesma forma, somente o médico poderá avaliar a situação de cada paciente e definir após quanto tempo em observação ele poderá ter alta.