26 de novembro de 2016
SES realiza Encontro Anual do Programa de Controle de Tabagismo dos Municípios

Compartilhando boas práticas. O tema está em total sintonia com o objetivo do Encontro Anual do Programa de Controle de Tabagismo dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro, realizado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), por meio da Coordenação Estadual de Controle de Tabagismo. A edição de 2016 do evento foi realizada no dia 21 de novembro, no auditório de Furnas, em Botafogo, Rio de Janeiro. Aproximadamente 70 Representantes da Atenção Básica, Assistência Farmacêutica e Coordenadores de Controle de Tabagismo dos municípios fluminenses puderam assistir a palestras de profissionais e, como indica o tema do encontro, compartilhar o que vem sendo feito em suas cidades.
O objetivo de fortalecer as relações para expansão do Programa de Controle de Tabagismo na Atenção Básica se justifica pelos números do tabagismo no Brasil e no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é uma epidemia que mata aproximadamente 7 milhões de pessoas a cada ano. “O tabagismo é a maior causa de mortes precoces evitáveis no mundo. No Brasil, por ano, são 200 mil mortes”, disse Renata Lamy, representante do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Segundo Renata destacou, o tabagismo é um fator de risco para mais de 50 tipos de câncer, além de doenças respiratórias. Como dentista, ela usou, para exemplificar isso, as mortes por neoplastia de lábio, cavidade oral e faringe: 35.287, entre 2010 e 2014. A representante do INCA reconheceu que o número tem reduzido nos últimos anos, mas alertou que ele ainda é expressivo. “São 1,3 bilhão de fumantes e 2 bilhões de fumantes passivos”, dimensionou.
Por isso é tão importante garantir a continuidade dos Programas de Tabagismo nos municípios, mesmo que o momento seja de instabilidade e crise. “No momento a estratégia pode ser de sobrevivência, não de crescimento, mas é muito importante que os municípios não interrompam seus programas. Quando o programa é descontinuado, geralmente se necessita de 9 a 15 meses para retornar com as atividades, contando o tempo de credenciamento, capacitação de profissionais, recebimento de insumos e iniciação da oferta.”, disse Samir Samir Sleiman, do Programa de Controle de Tabagismo da SES, ao mostrar que houve diminuição no número de unidades com oferta de tratamento no estado. Se em 2015 eram 494 unidades, em 2016 este número caiu para 344, o que requer necessidade constante de capacitações e apoio dos gestores municipais para manter os profissionais capacitados e atuantes nas unidades de saúde já com a oferta dos serviços de tratamento.
De acordo com dados apresentados por Samir, dos cerca de 2 milhões de fumantes no estado do Rio, metade tentou largar o hábito nos últimos 12 meses, mas apenas 8% destes buscaram ajuda. Ajuda essa que é fundamental! E essa ajuda, segundo o Dr. Alberto Araújo, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, deve combinar aconselhamento e uso de medicação. “Uma intervenção combinando farmacoterapia e suporte comportamental aumenta as chances de cessão do tabagismo”, afirmou, mostrando números de estudos que comprovam isso. “A medicação é de grande importância no início do tratamento para que o paciente não sofra com os efeitos da abstinência nos primeiros meses sem o cigarro, mas são as sessões estruturadas e o acompanhamento com profissional capacitado do SUS, que ajudará o paciente a lidar e enfrentar os vínculos comportamentais e emocionais criado aos longo do tempo e é o que ajudará a ficar longe dos cigarros nos próximos anos e décadas.”
O Encontro Anual do Programa de Controle de Tabagismo contou, ainda, com a participação do Dr. Alexandre Milagres, que falou da importância do ativismo no luta contra o Tabagismo. Também participaram Giovani Dimas, do Programa de Controle de Tabagismo da SES, e Suzete Henrique, da coordenação de farmácia da SES, que adiantaram um pouco do projeto de criação de um Protocolo Estadual do Tratamento para Cessação do Tabagismo que está em desenvolvimento. Já Márcia Teixeira, da Vigilância de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (VigDCNT) da SES, falou do trabalho que a Secretaria vem realizando para construir uma rede de interlocução para vigilância das DCNTs.
A equipe do Programa de Controle de Tabagismo da SES faz agradecimentos especiais aos municípios de Macaé, São Fidelis, Nova Friburgo, Paty do Alferes, Petrópolis, Rio das Ostras, Guapimirim, Rio de Janeiro, Teresópolis e Duque de Caxias que compartilharam experiências e práticas muito ricas conosco. Tais práticas serão acrescentadas no novo modelo de capacitação a ser implementado pela SES em 2017 e que, com certeza, ajudarão na evolução qualitativa do programa no nosso Estado.