11 de janeiro de 2017
Controle do tabaco pode economizar bilhões de dólares e salvar milhões de vidas
A indústria do tabaco e o impacto mortal de seus produtos custam às economias do mundo mais de US$ 1 trilhão por ano em despesas de saúde e perda de produtividade. Anualmente, cerca de 6 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao uso do tabaco.
Diante deste cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e do National Cancer Institute of the United States of America aponta para a adoção de políticas para controlar o uso do tabaco, entre elas impostos sobre esses produtos e aumento de preços, podem gerar receitas governamentais significativas para o trabalho em saúde e desenvolvimento. Essas medidas podem também reduzir o uso do tabaco e proteger a saúde das pessoas contra cânceres e doenças cardíacas.
O relatório, com quase 700 páginas, examina as evidências existentes em duas grandes áreas. A primeira, a economia do controle do tabaco, abrangendo seu uso e crescimento, a fabricação e o comércio, impostos e preços, políticas de controle e outras intervenções para reduzir seu uso e suas consequências. A segunda, as implicações econômicas dos esforços globais para o controle do tabaco.
Citando um estudo de 2016, o relatório da organização afirma que as receitas anuais de impostos sobre o consumo de cigarros em todo o mundo poderiam aumentar em 47%, ou US$ 140 bilhões, se todos os países aumentassem os impostos especiais de consumo em cerca de US$ 0,80 por pacote. Além disso, esse aumento elevaria os preços de varejo do cigarro em uma média de 42%, levando a uma diminuição de 9% nas taxas de tabagismo e a até 66 milhões de fumantes adultos a menos.
Conforme destaca Oleg Chestnov, Diretor-Geral Assistente da OMS para Doenças Não-Transmissíveis e Saúde Mental, a indústria do tabaco produz e comercializa produtos que matam prematuramente milhões de pessoas, faz com que famílias usem suas finanças, que poderiam ser direcionadas à alimentação e educação e impõe imensos custos de saúde.
Já Douglas Bettcher, Diretor da OMS para a Prevenção de Doenças Não-Transmissíveis, o novo relatório dá aos governos um poderoso instrumento para combater as alegações da indústria do tabaco de que o controle sobre os produtos têm um impacto negativo nas economias.
O controle do tabagismo é um componente-chave da resposta global da OMS à epidemia de doenças não-transmissíveis, principalmente as cardiovasculares, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes. Essas enfermidades contabilizam 16 milhões de mortes prematuras (antes dos 70 anos) todos os anos.
Segundo dados da OMS, em todo o mundo existe 1,1 bilhão de fumantes com 15 anos ou mais – cerca de 80% deles vivendo em países de baixa e média renda. Aproximadamente 226 milhões de fumantes vivem em situação de pobreza.