09 de março de 2017
Fibromialgia: entenda mais desta doença silenciosa
Uma dor crônica que se dissemina por várias partes do corpo e provoca fadiga, distúrbios de sono e até episódios depressivos. Assim é a fibromialgia. Mas, além de tudo isso, a doença ainda desperta a desconfiança de quem não entendo os sintomas. Por ser silenciosa, não detectável em exames laboratoriais e não causar qualquer transformação externa na pessoa, muitas vezes a fibromialgia é vista como um transtorno apenas psicológico.
Como boa parte dos pacientes sofre muito porque tem dor crônica, eles acabam sendo vistos como doentes psicológicos, o que não é verdade. Os pacientes realmente sentem dor e alguns chegam a apresentar depressão, afinal há relação entre as duas doenças. A dor crônica leva à depressão e a depressão leva à dor crônica e, segundo os especialistas, a depressão é um fator agravante de quem tem fibromialgia.
De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Dor Crônica, do Ministério da Saúde, dados norte-americanos mostram que 31% da população têm alguma dor crônica, acarretando incapacidade total ou parcial em 75% dos casos. A fibromialgia acomete mais as mulheres na faixa etária de 30 a 55 anos, mas existem alguns casos em pessoas mais velhas, crianças e adolescentes. A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que, no Brasil, a doença afete cerca de 3% da população.
A origem da fibromialgia ainda não é totalmente conhecida, mas já foi constatado que as pessoas que têm a doença apresentam alterações no sistema nervoso para o controle da dor. A predisposição genética é uma das possíveis explicações, mas também há uma relação com estresse. Pacientes que têm uma vida em que foram submetidos a um número maior de fatores estressores têm tendência a ter mais dor.
De acordo com os especialistas, praticar atividade física é a forma mais importante e mais efetiva que a literatura mostrou no tratamento da fibromialgia. O exercício diminui a dor, melhora a depressão, a ansiedade, o sono e a fadiga, que são componentes importantes da fibromialgia.
Em relação a medicamentos, o PCDT de dores crônicas indica o uso de relaxantes musculares apenas por curtos períodos de tempo, em casos de dor aguda, sendo desaconselhado o uso contínuo. Em geral, a doença é tratada com o uso de antidepressivos. Além disso, com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) a homeopatia, as plantas medicinais e fitoterápicos, a medicina tradicional chinesa/acupuntura, a medicina antroposófica e o termalismo social-crenoterapia. Essas terapias, associadas aos tratamentos convencionais, ajudam a minimizar os efeitos colaterais, trazendo maior qualidade de vida ao paciente.
A estratégia para o tratamento ideal da dor crônica é uma abordagem multidisciplinar com a combinação de modalidades de tratamentos não farmacológico e farmacológico. O tratamento deve ser elaborado, em discussão com o paciente, de acordo com a intensidade da sua dor, funcionalidade e suas características, sendo importante também levar em consideração as questões biopsicossociais e culturais.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia disponibiliza uma cartilha com informações sobre a fibromialgia. Para fazer o download, clique aqui.