08 de setembro de 2017
Setembro Amarelo: mês marca campanha de prevenção do suicídio
O dia 10 de setembro é o dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A Associação Internacional de Prevenção do Suicídio escolheu setembro como mês para conscientizar sobre a importância das ações sobre essa temática. No Brasil, Setembro Amarelo é uma campanha que ocorre desde 2014 e conta com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Há diversos fatores de risco a serem considerados em medidas de prevenção, tais como: tentativas de suicídio anteriores, histórico familiar, depressão, transtornos mentais como esquizofrenia, transtornos de personalidade, migrações, isolamento social, bulling, desemprego, alcoolismo, perdas recentes, problemas familiares e condições clínicas incapacitantes como lesões desfigurantes permanentes, dor crônica, trauma medular e câncer.
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM /SVS/SES), em 2015, no estado do Rio de Janeiro foram registradas 607 mortes por suicídio, sendo 68% do sexo masculino. As faixas etárias de maior frequência foram de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos, cada uma com 21% do total. A faixa etária adolescente (10 a 19 anos) a de adultos jovens (20 a 29 anos) acumularam respectivamente 6% e 19%, enquanto que na de idosos (60 anos e acima) o percentual foi de 20%. Em 2015, portanto, a taxa de mortalidade no estado do Rio de janeiro foi de 3,2 mortes por suicídio para cada cem mil habitantes.
Para cada suicídio é muito maior e difícil de estimar o número de tentativas. Nos hospitais gerais com emergências e unidades de pronto-atendimento de todo o estado as tentativas de suicídio são ocorrências cotidianamente presentes. Desde 2009 o estado passou a adotar a ficha de notificação de violência interpessoal/autoprovocada-SINAN do Ministério da Saúde, nas unidades do SUS, como instrumento não só de notificação, mas de organização dos serviços da rede para o seu atendimento. A notificação de tentativas de suicídio é imediata, ou seja, para ser feita em menos de 24 horas, exatamente para e realização de medidas de prevenção de mortes o mais rápido possível. A produção de informação acerca dos eventos de violência autoprovocada é importante não só para dar visibilidade ao fenômeno, mas para ampliar o conhecimento e reduzir os mitos, bem como criar e fortalecer as políticas públicas para que estratégias de prevenção efetivas possam ser implantadas.
Entre 2009 e 2017 o estado do Rio registrou no SINAN um total de 8194 notificações de violência autoprovocada, que correspondeu a pouco mais de 6% do total das notificações das outras violências que o instrumento abarca (violência doméstica/intrafamiliar e sexual). Observa-se que o percentual de violência autoprovocada vem aumentando em relação às outras violências nos últimos três anos, atingindo pouco mais de 10% em 2016.
O sexo feminino predomina nos registros de lesão autoprovocada no SINAN, com 67% do total das notificações, contra 33% para o sexo masculino (nos registros de mortalidade esta relação é inversa, com cerca de 3 suicídios masculinos para 1 feminino.). A faixa etária compreendida entre 20 e 39 anos foi a que teve maior número de notificações no somatório geral, com 45% do total. Destacamos também o elevado percentual da faixa entre 10 a 19 anos, que acumula 26% do total.
A ingestão de alguma substância (envenenamento) é o método de tentativa de suicídio mais empregado, aparecendo em 68% dos casos. Em seguida, aparecem as lesões por objeto perfuro cortante, com 17,4% das ocorrências. A reincidência é um importante fator de risco ligado à tentativa de suicídio, indicando forte possibilidade de acontecer novamente de uma forma mais agravada. Em mais de 60% dos casos de violência autoprovoca notificados no SINAN apareceu o relato de não ter sido a primeira ocorrência.
Os fatores de risco e os dados expostos contribuem para que o suicídio seja compreendido como um grave problema de saúde pública. Desta forma é necessário romper com os tabus que muitas vezes acabam disfarçando a gravidade e seriedade deste agravo. Neste sentido, Setembro Amarelo destaca a valorização da vida e a prevenção o suicídio.
Se você quer ajudar ou precisa de ajuda pode procure qualquer unidade de saúde, os Centros de Atenção psicossocial ( Caps) ou entre em contato com os canais de ajuda como o CVV, através do HTTP://www.cvv.org.br/ ou pelo telefone 141.