09 de outubro de 2017
Pesquisa diz que brasileiros apoiam mais ações contra o tabagismo
Brasileiros fumantes e não fumantes apoiam a criação de novas ações governamentais para a cessação do tabagismo. Existe um forte apoio até mesmo para a proibição total da comercialização dos produtos de tabaco – algo que não está agenda legislativa, mas demonstra a aprovação da atuação do Estado no controle do tabagismo.
As informações constam do Projeto Internacional de Avaliação das Políticas de Controle do Tabaco (Projeto ITC) criado para medir o impacto das ações da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados nacionais (Projeto ITC Brasil) foram divulgados durante o “Congresso INCA 80 Anos: Desafios e Perspectivas para o Controle do câncer no Século XXI”, realizado no Rio de Janeiro.
O Projeto ITC perguntou a todos os entrevistados se eles apoiam ou se opõem à proibição total de produtos de tabaco nos próximos 10 anos, dado que o governo forneceria tratamento para ajudar fumantes a deixarem de fumar. Os resultados mostram que 68% dos fumantes e 77% dos não fumantes pesquisados "apoiam" ou "apoiam fortemente" essa proibição.
A pesquisa do Projeto ITC Brasil revela, também, que fumantes e não fumantes apoiam duas políticas-chave para reduzir publicidade e promoção de produtos de tabaco: a proibição de exibição de produtos de tabaco nos pontos de venda e a padronização das embalagens de cigarros. Aproximadamente três quartos dos fumantes (72%) apoiam a proibição de displays dentro de lojas e quase metade (49%) apoiam as embalagens padronizadas. O apoio é ainda maior entre os não fumantes:86% apoiam a proibição dos displays dentro de lojas e 56% são a favor das embalagens padronizadas.
A pesquisa perguntou a fumantes e ex-fumantes quais as razões que os levaram a pensar em deixar de fumar nos últimos seis meses ou os levaram a parar. As razões mais comuns para pensar em deixar de fumar "muito" entre fumantes e ex-fumantes eram preocupações com a própria saúde (68% dos fumantes, 89% dos ex-fumantes); dar exemplo para crianças (66% dos fumantes, 63% dos ex-fumantes); e preocupações sobre os danos causados pelo tabagismo passivo em não fumantes (51% dos fumantes e 60% dos ex-fumantes). O preço dos cigarros foi o motivo para metade dos entrevistados (50% dos fumantes e ex-fumantes).
Esta é a terceira edição do Projeto ITC no Brasil – a primeira foi em 2009 e a segunda em 2013. Além do Brasil, a edição 2017 englobou outros 27 países, onde residem dois terços dos fumantes no mundo. No Brasil, a pesquisa ouviu 1.358 fumantes e 470 não fumantes. O projeto ITC do Brasil é coordenado pelo INCA em associação com a Universidade de Waterloo, do Canadá, e em parceria com a Fundação do Câncer, Cetab/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Aliança de Controle do Tabaco (ACTbr) e Secretaria Nacional da Política sobre Drogas (Senad).