10 de janeiro de 2018
Hepatite A: prevenção é o melhor remédio
A hepatite A é uma das doenças de ocorrência mais corriqueira entre os brasileiros. De 1999 a 2016, o país contabilizou quase 162 mil casos da doença, 8,6 mil deles somente no estado do Rio. Apesar de registro obrigatório, a hepatite A ainda é subnotificada e, por isso, o número de casos pode ser bem maior do que os dados oficiais.
Na maioria das vezes, a doença é transmitida através da ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes de portadores do vírus e de relações sexuais sem proteção com portadores de hepatite A. O diagnóstico é feito através de exames clínicos e de sangue.
É importante ficar atento aos sinais e sintomas, que surgem entre duas e seis semanas após o contato com o vírus e que podem ser confundidos com casos de gripe ou de gastroenterite. Fadiga, febre baixa, dor de cabeça, perda de apetite e dor nas articulações são suficientes para acender o alerta e procurar atendimento médico. É comum após os primeiros sintomas surgirem manifestações como icterícia (pele amarelada), coceira, urina escura e fezes mais claras.
Alguns fatores podem ajudar a aumentar o risco de infecção, como comer frutos do mar ou alimentos crus de procedência duvidosa quanto à higienização e manipulação, visitar regiões com altas taxas de hepatite A e/ou saneamento básico inadequado, beber água não filtrada, ter algum comprometimento do sistema imunológico e ter relações sexuais sem proteção.
Em cerca de 85% dos casos a doença se cura sozinha em até dois meses e, uma vez infectado, o paciente se torna imune ao vírus. Há casos em que a doença evolui para uma forma mais grave, ocasionando comprometimento do funcionamento do fígado. Isso pode ocorrer, principalmente, em pacientes idosos ou com alguma doença crônica, levando à insuficiência hepática, que demanda acompanhamento médico e, em alguns casos, a necessidade de transplante de fígado. Estima-se que apenas 1% dos casos representa risco de morte, quando evolui para hepatite fulminante.
Para se prevenir, a melhor estratégia é manter a higiene em dia, lavar as mãos antes de preparar alimentos e depois de ir ao banheiro, lavar bem a comida que será consumida crua com água potável corrente e proveniente da rede pública e deixar os alimentos de molho em uma solução de água e cloro (uma colher de água sanitária para um litro de água), ingerir somente água filtrada e evitar tomar banho ou brincar perto de riachos com focos de esgoto não tratado nas proximidades.
Enquanto o vírus estiver ativo, é fundamental que o paciente tome alguns cuidados para não disseminar a doença como evitar tocar em alimentos que serão servidos a outras pessoas e sexo sem proteção e caprichar na higiene das mãos, já que através delas acontece a maior parte da contaminação de doenças. Vale lembrar que, desde 2014, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente a vacina contra a hepatite A para crianças com até cinco anos de idade.