14 de março de 2018
Conjuntivite: saiba mais sobre esta infecção e cuide-se

Olhos vermelhos, irritados, coçando, ardendo e lacrimejando. Talvez você já tenha sentido isso, provavelmente, conhece uma ou mais pessoas que tenham passado por isso recentemente ou estejam passando por isso agora. Entre os amigos, e familiares e até mesmo nas redes sociais é possível perceber um aumento no número de casos de conjuntivite. Sim, é a conjuntivite que causa estes sintomas nos olhos. Mas você sabe o que é conjuntivite? Confira as explicações e orientações da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SOB):
O que é conjuntivite?
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma membrana transparente que se inicia na parte interna das pálpebras e se rebate para envolver a porção anterior do olho até a córnea, formando um fundo de saco. Os principais sinais e sintomas são vermelhidão, secreção, sensação de corpo estranho e coceira. Pode ter várias causas: alergias, traumas, irritação química (exemplo protetores solares que com o suor irritam os olhos) e infecções por vírus, bactérias ou fungos.
Como se pega a doença?
A maioria das formas não são contagiosas e são adquiridas por causas diversas, tais como uso inadequado de produtos de estética na face, protetores solares, exposição a alérgenos e falta de higiene , quando a mão suja vai aos olhos.
Das causas infecciosas as bacterianas e fungos são causadas pela contaminação direta. Nestas duas condições o próprio organismo consegue, na maioria das vezes, conter a doença, dependendo da condição de imunidade ou da intensidade de contaminação.
Mas as mais frequentes e epidêmicas são as virais. Estas são altamente contagiosas e a transmissão é pelo contato. direto com o doente ou, indiretamente, pelo contato com objetos contaminados pelo agente infeccioso.
O caminho é bastante simples. A secreção decorrente do processo inflamatório nos olhos serve de veículo para transmissão do micróbio. A pessoa com conjuntivite coça os olhos e depois cumprimenta alguém com um aperto de mãos, ou mexe na maçaneta das portas, nos botões do elevador, no controle-remoto, no teclado do computador, no corrimão das escadas, nos apoios dos ônibus ou do metrô, e deixa ali o micro-organismo que, dependendo do tipo, pode sobreviver por horas fora do corpo. Então, é só alguém tocar nessas superfícies e colocar a mão nos olhos para que a doença se espalhe.
Por isso, o risco de pegar conjuntivite está longe de ser pequeno e as mãos são as grandes responsáveis pela transmissão da doença. Sendo assim, para evitar a conjuntivite deve-se ter cuidados de higiene, lavar as mãos com frequência, evitar levar as mãos aos olhos, tomar cuidado com o uso das mãos em logradouros públicos, sobretudo em épocas de surtos.
Qual é o tratamento?
Pela disposição da conjuntiva formando um fundo de saco, a doença fica limitada a este espaço. O principal tratamento é lavar os olhos várias vezes com soro fisiológico ou água filtrada fria, removendo assim as impurezas. Medicações específicas são utilizadas nas bacterianas, fúngicas ou mesmo alérgicas. Nas irritativas e virais, o tratamento é inespecífico adicionando, além da lavagem, colírios anti-inflamatórios. Mas, seja qual for o caso, quando aparecem quais quer sintomas é preciso consultar um oftalmologista para orientar o tratamento.
Além disso, há algumas recomendações para quem está com conjuntivite que ajudam a controlar surtos e prevenir a sua disseminação:
- Procurar assistência médica oftalmológica na ocorrência de sinais e sintomas de conjuntivite, evitando a automedicação.
- Observar os cuidados de higiene pessoal, principalmente quanto à lavagem frequente das mãos e uso e descarte de lenços descartáveis.
- Não compartilhar toalhas, maquilagem para olhos, soluções oftálmicas e outros medicamentos de uso ocular.
- Trocar diariamente as fronhas
- Evitar frequentar locais aglomerados quando da ocorrência de sinais e sintomas de conjuntivite, inclusive creches, escolas e local de trabalho
Como surge um surto de conjuntivite?
A epidemia de conjuntivite está relacionada à infecção por adenovírus. Ocorre geralmente no verão, pois sua disseminação é favorecida pelo calor e umidade. Muitas vezes segue a um quadro gripal. É altamente contagiosa, inicia-se em um olho, mas 100% dos casos afeta o segundo olho em alguns dias, não raro com gravidade diferente. O tempo de evolução varia conforme a condição imunológica do paciente, mas em média uma semana de evolução.