11 de maio de 2018
Tuberculose: esclarecimento sobre a informação da não eficácia de medicamento
Uma notícia divulgada no Programa VideoNews da BandNews, reproduzida no portal Uol Mais e que está sendo propagada nas redes sociais diz que o comprimido utilizados no tratamento de tuberculose – são quatro diferentes drogas em um comprimido, o 4 em 1 –, que é utilizado no Brasil desde 2009, não seria eficaz e estaria relacionado ao abandono de tratamento e até a um aumento no número de óbitos. A notícia divulga um artigo publicado em revista, que está sendo questionado pela Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT), do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, que divulgou, inclusive, uma nota que esclarece a situação e rebate as informações da notícia.
Segundo a nota a afirmação de que “com o tratamento atual as pessoas estão curando menos e morrendo mais” não está de acordo com os dados oficiais. Esses dados mostram que não houve aumento dos óbitos e o percentual de cura do país apresentou um valor médio de 75%, nos últimos dez anos, sem tendência de queda. No documento a Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose destaca que discorda do entrevistado quando ele diz que “comprimidos juntos para pessoas com tuberculose não têm a mesma eficácia” e afirma que, conforme evidenciado por diversos estudos, a redução do número de comprimidos a serem ingeridos resulta em melhor conforto posológico e tem potencial contribuição para a adesão ao tratamento, mas não é o único fator envolvido.
Diante da situação, a gerente de Pneumologia Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), Ana Alice Bevilaqua, acha que é fundamental esclarecer a situação, divulgando as informações da nota do Ministério da Saúde. “Particularmente pelo fato de vivermos em estado de alta incidência da doença e com alta proporção de abandono de casos. Concordando com as questões colocadas pelo PNCT, reforço que não podemos lançar dúvidas acerca deste tratamento, uma vez que não há evidências para tal. Lançar dúvidas, neste momento, só poderá nos levar ao aumento da falta de adesão”, afirma.
Confira aqui a nota da CGPNCT.