26 de agosto de 2018
29 de agosto é Dia Nacional de Combate ao Fumo
O dia 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, é uma data criada em 11/06/1986 pela lei nº 7488, com o objetivo de conscientizar e mobilizar a população brasileira sobre os malefícios do uso do fumo.
O tabagismo é reconhecido como uma doença epidêmica que causa dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas como álcool, cocaína e heroína e integra o grupo dos transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa na Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10, 1997).
A dependência obriga os fumantes a inalarem mais de 4.720 substâncias tóxicas, como: monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, além de 43 substâncias cancerígenas, sendo as principais: arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, resíduos de agrotóxicos e substâncias radioativas.
Algumas dessas substâncias tóxicas também são conhecidas como potenciais irritantes, pois produzem irritação nos olhos, no nariz e na garganta, além de paralisia nos cílios dos brônquios. Desse modo, o tabagismo é causa de aproximadamente 50 doenças, muitas delas incapacitantes e fatais, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, sendo responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis. Dessas, o tabagismo é responsável por 85% das mortes por doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), 30% por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), 25% por doença coronariana (angina e infarto) e 25% por doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral). Além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também é um fator importante de risco para o desenvolvimento de outras doenças, tais como - tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras doenças.
Os indivíduos não fumantes, que vivem ao redor do fumante, caracterizam o que é chamado de tabagismo passivo, são também afetados pelo tabaco. Estes inalam o monóxido de carbono da fumaça secundária, a que sobe da ponta do cigarro, que é ainda mais nociva. Essas pessoas têm também aumentadas, em mais de 25%, suas chances de ter doenças cardíacas.
Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de mostram que o tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.
Nos últimos 30 anos houve no Brasil um crescimento da atenção dada a esse tema, com aumento das medidas de controle e prevenção do tabagismo, que redundaram numa diminuição comprovada de mais de 50% do uso do tabaco.
No Estado do Rio de Janeiro desde 2009, a Lei 5517 de 17 de agosto de 2009 e o Decreto 42.121, de 16 de novembro de 2009, estabeleceram a proibição do uso dos derivados do tabaco em ambientes coletivos.
O uso de produtos fumígeros por ser uma questão de saúde pública é encarado com seriedade e atenção pelos órgãos fiscalizadores da saúde. As vigilâncias sanitárias, estaduais e municipais, e a população em geral, atuam, fiscalizando, autuando e controlando o direito de estar em um ambiente coletivo sem a poluição tabagista.
A oferta do tratamento do tabagismo pelo SUS, que no estado do Rio de Janeiro se encontra em mais de 70% dos municípios também é uma medida de prevenção e controle do tabagismo. A prevalência de fumantes no estado é de 12,7% da população, ou seja, aproximadamente, 1.920.000 pessoas, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS,2013) e só na capital, cidade do Rio de Janeiro, há 11,2%, ou seja, aproximadamente, 600.000 indivíduos, de acordo com o Vigitel (Vigilância dos Fatores de Risco por Inquérito Telefônico), de 2016.
Vale destacar que, após o uso do cigarro ser interrompido, o corpo pode recuperar-se dos danos causados pelo fumo, portanto, os prejuízos podem ser remediados. Acredita-se que após um ano sem fumar, os riscos já comecem a decrescer. Em relação aos riscos de infarto e câncer, estima-se que após 10 anos os indivíduos passem a ter os mesmos riscos de desenvolver essas doenças que uma pessoa que nunca fumou.
Referencias:
http://www.inca.gov.br/dia-mundial-sem-tabaco/campanha.html
http://legis.senado.gov.br/legislacao/DetalhaSigen.action?id=549364