11 de outubro de 2018
Dia mundial da obesidade: eu trato com respeito
A data é celebrada no dia 11 de outubro e foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população e estimular a prevenção da obesidade. Ao longo dos anos, desde 1997, instituições promovem ações para alertar e esclarecer sobre o tema.
O tema escolhido para este ano, assim como em 2017, é “Obesidade: Eu trato com respeito”. O foco para 2018 é a mobilização em torno da obesidade infantil.
A prevalência de excesso de peso no Brasil apresentou crescimento expressivo nos últimos anos em todas as faixas etárias. Em adultos, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, 50% dos brasileiros apresentavam excesso de peso, em 12,4% dos homens e 16,9% das mulheres adultas apresentavam obesidade (Brasil, 2010). Evidências associam esse conjunto de alterações ao ganho excessivo de peso e ao aumento da incidência de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer (WCR, 2007).
Conhecer o padrão de consumo alimentar desde a fase infantil, tanto individual quanto coletivo, é essencial para orientar as ações de atenção integral à saúde e, principalmente, para promover a melhoria do perfil alimentar e nutricional da população. Possibilitar a identificação de práticas alimentares saudáveis e não saudáveis aponta para o que deve ser enfatizado pela equipe de saúde para a adoção de práticas alimentares mais adequadas pela população (Brasil, 2015_Marcadores de alimentos).
A Vigilância em Saúde deve analisar de forma contínua e regular a situação de saúde da população para o planejamento, organização e a execução de práticas adequadas ao enfrentamento dos problemas vigentes. A partir das informações disponíveis para o ano de 2016, pode-se elaborar um quadro com o consumo de alimentos saudáveis e não saudáveis por diferentes faixas etárias. Na figura incluiu-se faixas etárias a partir de crianças até a idade de adultos, pois chama atenção para as prevalências similares entre as diferentes faixas etárias. A informação foi obtida a partir do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN).
Consumo de alimentos registrados no SISVAN segundo faixa etária no ano de 2016 no Estado do Rio de Janeiro
Fonte: http://dabsistemas,saude,gov,br/sistemas/sisvan. Data coleta: 24/03/2018.
A Organização Mundial de Saúde (WHO, 2016), chama atenção para o aumento da obesidade infantil decorrente da alteração na disponibilidade e tipo de alimento consumido, associado a um declínio na atividade física da criança, que resultam em desequilíbrio energético. Entre as consequências desse aumento, são observadas repercussões importantes, como o desenvolvimento precoce de doenças crônicas: resistência à insulina, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, distúrbios psicológicos e obesidade na vida adulta.
No Brasil, em vinte anos, as prevalências de obesidade entre crianças de 5 a 9 anos foram multiplicadas por quatro entre os meninos (4,1% para 16,6%) e por, praticamente, cinco entre as meninas (2,4% para 11,8%) (Brasil, 2017). Em 2016, no Estado do Rio de Janeiro, percebe-se que praticamente não há diferenças de prevalências entre os sexos, mas com relação à obesidade e obesidade grave, podem-se observar estimativas maiores para o sexo masculino no valor de 17,4% e para as meninas de 15,5% nas crianças registradas em atendimento pelo SUS.
A OMS diz que a prevalência de obesidade em crianças reflete mudanças comportamentais que privilegiam dietas não saudáveis e inatividade física. Fatores como urbanização, aumento da renda, disponibilidade de fast food, aumento das demandas educacionais, do tempo diante da televisão e de videogames levaram a uma elevação no consumo de alimentos ricos em gorduras, açúcar e sal e menores níveis de atividade física (OMS, 2017).
Estado nutricional de crianças ≥ 05 e < 10 anos, em escala logarítmica, segundo o Índice de Massa Corporal por Região de Saúde no Estado do Rio de Janeiro em registros do SISVAN no ano de 2016
A obesidade precisa ser tratada com respeito e atenção por todos: profissionais, gestores e a sociedade como um todo, prioritariamente com relação à crianças para que não se tornem os obesos do futuro.