16 de outubro de 2018
ONU critica interferência ‘perversa’ da indústria do cigarro em políticas de saúde
A indústria do cigarro tem interferido de forma “cada vez mais perversa” nos esforços de governos para combater a venda e o consumo de tabaco. A avaliação é de um novo relatório da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Controle de Tabaco. Organismo alerta que, por ano, mais de 7 milhões de pessoas morrem por causa do uso da substância.
Em setembro do ano passado, a Convenção-Quadro denunciou a criação da Fundação para um Mundo Livre do Fumo, financiada única e exclusivamente por uma das maiores companhias do setor tabagista. A instituição recebeu recursos de quase 1 bilhão de dólares para realizar e financiar estudos sobre agricultura, trabalho e produtos de nicotina.
A Convenção também ressalta que o setor privado tem criado novos produtos, vendidos como ‘livre de fumaça’ ou ‘heat-no-burn’ — cigarros que queimam o tabaco a uma temperatura menor que cigarros convencionais. Segundo o organismo da OMS, essa variedade gera confusão entre os consumidores.
De acordo com a pesquisa da Convenção-Quadro, táticas similares são empregadas em outras frentes, como o debate sobre a degradação ambiental associada ao cigarro ou sobre o uso de trabalho infantil na indústria. O resultado é a fragilização dos diálogos e da implementação de medidas de controle do fumo.