05 de novembro de 2018
Saúde do homem: por que meninos devem se vacinar contra HPV?
O mês de novembro tem a cor azul para informar e alertar sobre a importância da prevenção ao câncer de próstata. Mas esta pode ser uma oportunidade para falar sobre a saúde do homem de uma forma geral. De homens de todas as idades. E especialmente para os meninos um assunto é mais do que importante: a vacinação contra o HPV.
Inicialmente, apenas meninas podiam ser vacinadas contra HPV. Mas desde janeiro de 2017 meninos de 12 a 13 anos também passaram a receber a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Gradativamente esta faixa etária foi ampliada e este ano inclui, segundo o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, meninos de 11 a 14 anos.
Mas se o HPV está associado ao câncer de colo de útero, porque meninos também devem se vacinar? Primeiro, embora o câncer de colo de útero seja o primeiro que lembramos ao ouvir falar em HPV, o vírus não está associado apenas a este tipo de tumor.
A vacina previne não só o câncer de colo de útero, mas também vários outros tipos que acometem tanto mulheres quanto homens. No mundo, dos 2,2 milhões de tumores provocados por vírus e outros agentes infecciosos, 640 mil são causados pelo HPV.
No Brasil, são estimados 16 mil casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil óbitos de mulheres devido à doença. Mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV, principalmente pelo subtipo 16.
A vacina previne 70% cânceres do colo útero, 90% câncer anal, 63% do câncer de pênis, 70% dos cânceres de vagina, 72% dos cânceres de orofaringe e 90% das verrugas genitais. Além disso, a vacinação, tanto de meninas quanto de meninos, oferece proteção contra as verrugas genitais associadas e, oque é fundamental, ajuda a diminuir a circulação do vírus.
Para os meninos está disponível a vacina HPV quadrivalente, em 2 doses. A primeira dose deve ser tomada entre 12 a 13 anos e a segunda 6 meses depois da primeira . Para a segunda dose, é importante entender que se a criança foi vacinada dentro do limite da faixa etária estipulada até 13 anos, ela terá que tomar a segunda dose ainda que já tenha completado os 14 anos. Já para os meninos e homens vivendo com HIV/Aids é diferente. Estão disponíveis 3 doses, com intervalo de 2 e 6 meses.