08 de novembro de 2018
Câncer de boca: mais um motivo para parar de fumar
Infartos, enfisema, AVCs, hipertensão, envelhecimento precoce. Estes são apenas alguns exemplos de males causados pelo tabagismo. Mas você sabia que o hábito de fumar está relacionado também ao câncer de boca?
A ocorrência do câncer que afeta os lábios e o interior da cavidade oral está diretamente relacionada a dois hábitos que podem ser modificados: o tabagismo e o etilismo. Por isso, evitar o uso do tabaco (principalmente o cigarro comum, mas também cachimbos, charutos, narguilé, etc.) e a ingestão de bebidas alcóolicas são cruciais para prevenir o quinto tipo de tumor maligno mais comum entre os homens brasileiros: o câncer de boca.
O tabagismo aumenta em até oito vezes a chance de um indivíduo ter câncer na cavidade oral em comparação com um indivíduo que não fuma. Quando há sinergismo entre tabagismo e etilismo, a chance pode ser até 20 vezes maior.
A estimativa de novos casos de câncer de boca para 2018, segundo o Instituto Nacional de câncer (Inca), é de 14,7 mil, sendo 11,2 mil homens e 3,5 mil mulheres. Estudos da área também mostram que a incidência deste tipo de câncer é maior nos homens acima de 40 anos.
Prevenção
Além do uso de tabaco e álcool, são fatores que aumentam a probabilidade de ocorrência do câncer de boca a má higiene bucal, dentição malcuidada e desnutrição – relacionada principalmente à pouca ingestão de verduras e legumes.
Além de suspender o cigarro e a bebida, favorece a prevenção do câncer de boca ter uma higiene bucal regular e ir com frequência ao dentista para fazer limpeza, tratamento de cáries ou extração de dentes que estão em traumatismo. Idosos devem estar atentos a correção de próteses mal adaptadas, pois traumas constantes podem provocar lesões críticas na cavidade oral.
Sinais de alerta
Úlceras (ou feridas) na boca que sangram ou não cicatrizam de uma a duas semanas são lesões suspeitas, portanto são sinais de alerta. Outro sinal são caroços no pescoço. Havendo esses sinais de alerta, deve-se procurar um cirurgião de cabeça e pescoço ou um odontologista, que são os profissionais mais habilitados para avaliar e diagnosticar essas lesões.
Grande parte das lesões que afetam os lábios e o interior da cavidade oral (que engloba língua, bochecha, faringe e garganta) tem a característica de ficarem escondidas. Por isso, tendem a ser diagnosticadas apenas em estados avançados.
Parar de fumar
Os fumantes devem ter em mente que a cessação do tabagismo é um processo que se inicia com a decisão de parar de fumar e só termina com a abstinência mantida por um longo período. Para ter sucesso na decisão:
- Marque a data de parada nos próximos 15 dias. Pare de fumar de uma vez ou diminua o número de cigarros em uma semana, até chegar o dia sem cigarro.
- Ao parar de fumar, não guarde cigarros, isqueiros, cinzeiros e troque a roupa de cama.
- Saiba que a vontade de fumar (fissura) não dura mais que 5 minutos. Caso ocorra, se distraia, caminhe, tome água, ligue para um amigo ou opte pelo kit saúde (mastigar cravo, canela, gengibre desidratado, bala diet ou chiclete).
- Evite situações de estresse, bebidas alcoólicas e tomar café principalmente nos primeiros dias sem cigarro.
- Procure um médico para avaliar a possibilidade de prescrever medicamento de apoio.
Os fumantes que tiverem dificuldade para largar o cigarro sozinhos podem buscar os serviços disponíveis no SUS antes que os riscos à saúde se agravem. O tratamento do tabagismo é oferecido gratuitamente pelo SUS. Ligue para o Disque Saúde e saiba onde encontrar atendimento especializado.