25 de novembro de 2015
Secretaria de Saúde da Paraíba tem 104 casos notificados de microcefalia
A Paraíba tem 104 casos notificados de microcefalia, de acordo com relatório da Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgado no fim da manhã desta terça-feira (24).
Os casos foram registrados em 32 cidades, sendo que João Pessoa concentra 50 deles, o que equivale a 48,1% do total. Os dados da Secretaria distribuem os casos pela cidade de residência das mães e não pelo local de nascimento. Com isso, apenas um caso está notificado em Campina Grande, enquanto nove casos são do Conde, no litoral sul. A Paraíba é o segundo estado em registros, abaixo apenas de Pernambuco, onde já há 268 registros (MS). Em todo o país, o Ministério já contabiliza 520 casos em 160 cidades de nove estados. Há uma morte sendo investigada.
Do setor de Resposta Rápida da SES,(Cievs), a técnica Diana Pinto disse que muitos municípios estão notificando os casos pelo local de nascimento, o que gera um desencontro, já que a SES está notificando pelo endereço da mãe. "Se formos investigar a relação com o mosquito, tem que ver onde a pessoa foi infectada, que não é onde o bebê nasceu, mas onde a mãe mora", explica. O médico Claudio Régis explica que estes casos notificados vão passar por novos exames, como tomografia e exames de sangue. "Em 15 ou 20 dias pode-se saber com certeza se têm microcefalia. E ainda assim pode, no final, não saber o agente que causou", explica. Com isso, uma parte destes casos pode ser descartado depois dessa investigação.
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, disse que a relação entre o vírus zika e a má-formação genética "é inédita no mundo" e não consta na literatura científica até o momento. "Nossos cientistas, cientistas do mundo que se interessarem, devem nos ajudar a provar essa causa e efeito. "Apesar disso, o Ministério da Saúde não trabalha com a hipótese de que o vírus zika em circulação no Brasil tenha sofrido mutação e se tornado mais perigoso. “O Zika foi identificado em pouquíssimas partes do mundo. Foi no Brasil e no primeiro semestre que ele circulou com mais intensidade. Essas consequências 'novas' podem não ter sido identificadas antes porque a circulação ocorreu em áreas limitadas", afirmou o diretor.
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