02 de dezembro de 2015
Casos de microcefalia já chegam a 1,2 mil no Brasil, MS
O número de casos suspeitos de microcefalia passou de 739 para 1.248 em menos de uma semana, informou ontem o Ministério da Saúde (MS). As notificações foram feitas em 311 municípios distribuídos em 13 Estados e no Distrito Federal. Os casos foram registrados no Nordeste, no Centro-Oeste e atingem também o Sudeste, com 13 suspeitas no Estado do Rio.
Foram notificadas ainda sete mortes, das quais uma foi confirmada até o momento. Todos os casos são de bebês que nasceram. Ainda não há estimativas sobre quantos bebês em gestação apresentam a má-formação, que em 90% dos casos pode levar à deficiência mental.
"Estamos mobilizados, tudo vai ser feito diante das necessidades", disse Castro. Pernambuco registrou até ontem 646 casos de microcefalia e, em razão do aumento de casos, o Estado decretou emergência. Castro e uma equipe de especialistas do ministério desembarcaram ontem no Recife para uma reunião. O grupo vai coordenar medidas de apoio às regiões afetadas pela epidemia.
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, afirmou que a comprovação da relação entre zika e microcefalia não muda, no primeiro momento, as orientações: gestantes devem reforçar o uso de repelentes, proteger-se contra mosquitos e evitar o contato de pessoas que apresentem sintomas da doença (febre baixa, coceiras e manchas vermelhas pelo corpo).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que todos os produtos com registro no País são considerados seguros para uso. Ao mesmo tempo, é preciso ampliar os esforços para prevenir e combater os criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
O governo está estabelecendo um consenso sobre como definir os casos de microcefalia. Maierovitch observou que nem todos os casos relatados podem estar relacionados ao zika vírus. A doença, até agora considerada rara, também pode ser provocada por infecções da gestante por herpes, toxoplasmose, citomegalovírus e também por doenças genéticas.
A ideia é fazer um protocolo para classificação de casos que possam ser usados pelo conjunto de serviços públicos de saúde, que não necessitem de exames muito elaborados, como testes genéticos. O controle da doença, segundo o diretor, está ligado ao controle do vetor.