08 de janeiro de 2016
Pesquisa com células-tronco e animais busca entender o vírus zika
Pesquisadores estão usando células-tronco e animais, como camundongos e macacos, para tentar entender como o vírus zika afeta as células nervosas do cérebro humano. Os experimentos estão sendo feitos por uma rede de estudiosos, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A coordenação é do professor Paolo Marinho de Andrade Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP). “Tentamos entender o que está acontecendo no cérebro. Estamos usando modelos com camundongos e um modelo humano de microencéfalo, que são células-tronco modificadas, reprogramadas em laboratório, em uma condição na qual elas se desenvolvem tridimensionalmente em uma estrutura parecida com um microencéfalo”, disse o professor.
As estruturas feitas a partir das células-tronco são infectadas pelo vírus zika e, então, analisadas. Nos experimentos também estão sendo infectadas células de origem nervosa de insetos e de macacos. “Estamos começando a analisar o que que o vírus faz”, disse. Outro importante objetivo do grupo é desenvolver um teste rápido para a identificação da doença.
Apoio - O grupo de pesquisadores brasileiros recebeu, nesta semana, o auxílio de estudiosos do Instituto Pasteur, de Dakar, no Senegal, que também desenvolvem testes rápidos para a detecção do zika. “Eles têm alguns testes que estão, inclusive, bem desenvolvidos. O problema é que, mesmo os testes que eles trouxeram para cá e que estamos usando, só podem ser usados em um contexto de pesquisa. Não existe produção suficiente para se disponibilizar os testes para a população, em geral.”
Em dezembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta reconhecendo a relação entre o aumento dos casos do vírus e o crescimento dos casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré no Brasil.Zanotto explicou que o zika é um agente que infecta principalmente animais, como macacos e mosquitos, mas pode ser transmitido para humanos.
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