08 de janeiro de 2016
Chikungunya avança 34% e já são 17.131 infecções
A previsão de que o País enfrentaria neste ano uma tríplice epidemia está aos poucos se confirmando. Além de um aumento expressivo (e antecipado) de casos de dengue, o Brasil registra uma expansão importante das notificações de chikungunya. No último boletim nacional, foram 17.131 infecções, 34% a mais do que o apontado até a última semana de setembro. A doença também se espalhou. No período de dez semanas, o número de cidades afetadas subiu de 37 para 62.
Somente em Pernambuco, já foram identificados 2 mil casos. "Estamos muito preocupados. Vivemos agora a ameaça de três doenças simultâneas, todas graves, que exigem respostas diferentes", afirmou a coordenadora do Programa de Controle de dengue, chikungunya e zika de Pernambuco, Claudenice Pontes.
O Estado é um exemplo da rapidez na expansão do vírus. Na última semana de setembro, apenas três cidades pernambucanas conviviam com casos de chikungunya, doença transmitida pelo mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti. Em dezembro, esse número já havia saltado para 14. "No início, as infecções estavam concentradas na região do Agreste. Agora, se aproximam da região metropolitana", diz ela. Pernambuco ainda convive com os maiores indicadores do País de microcefalia e registra mil casos suspeitos de zika, diz Claudenice.
Uma das maiores preocupações na região é que são várias as cidades em que o abastecimento de água é racionado ou intermitente, as pessoas armazenam em casa, aumentando de forma expressiva o risco de criadouros, avalia a coordenadora. Uma das medidas adotadas foi a distribuição de telas para serem usadas em tonéis e caixas d'água sem tampa.
Em 2014, quando chegou ao País, a chikungunya foi identificada em 3.657 pessoas, residentes em oito cidades. Agora, os casos estão espalhados por Amazonas, Amapá, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal.
Ribeirão Preto, SP, registra dois casos positivos de zika vírus. A cidade é a primeira do Estado a entrar em emergência, em 2016, em razão da incidência do mosquito Aedes aegypti. Os casos de dengue triplicaram de outubro para novembro e continuam em aumento progressivo. Nesta primeira semana de janeiro, há 60 novos casos diários confirmados em laboratório. "Esses números indicam que já estamos em epidemia", disse o secretário municipal de Saúde, Stenio Miranda.
(Jornal O Estado de São Paulo)