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18 de janeiro de 2016
Zika põe o Brasil no centro das preocupações mundiais, MS

Tanto quanto o aumento contínuo do número de casos, em praticamente todo o país, de microcefalia em fetos de gestantes que tiveram zika, uma declaração de anteontem do ministro da Saúde sobre a epidemia provocada pelo Aedes aegypti ajuda a dimensionar o tamanho de mais essa ameaça associada à proliferação incontrolada do mosquito. "Só temos um caminho para evitarmos uma geração de sequelados: é não deixar o mosquito nascer", disse o médico Marcelo Castro, titular da Pasta. A declaração do ministro deu o tom dramático do que representa o surto: trata-se de um fenômeno preocupante ao extremo, com consequências já consolidadas.

A OMS já sinalizou que o país está diante do risco de iminente expansão da epidemia, em vista da multiplicação acelerada de vítimas e devido a outros fatores que possam estimular a proliferação do Aedes além-fronteiras brasileiras. Nisso entram, inclusive, aspectos climáticos, como o aumento da temperatura global, potencial estímulo à migração do mosquito para fora de seu viveiro preferencial, os países tropicais. Uma ameaça para a saúde global.

Uma das particularidades que mais assustam em relação ao zika é que se trata de uma manifestação do Aedes cuja extensão ainda não é totalmente conhecida. Isso, a par de, diferentemente da dengue, que levou alguns anos até se estabelecer como sintoma de uma leniente política de combate ao mosquito, o novo vírus que amedronta a população e assusta as autoridades sanitárias ter se consolidado no país em curto espaço de tempo. Desde maio do ano passado, quando os primeiros casos de zika foram detectados na Bahia, ele se espalhou por 21 estados. A microcefalia, sua mais perversa associação, já produziu, desde outubro de 2015, mais de 3.500 casos suspeitos.

Mapear a extensão das complicações decorrentes do zika é uma das frentes de combate. No âmbito das pesquisas médicas, que tem implicações internacionais, há inquietantes suspeitas de que ele esteja associado a outros distúrbios do sistema nervoso, além da microcefalia. Pesquisadores ouvidos pelo Globo comungam com essa hipótese. De qualquer forma, o Brasil passa a conviver, desde agora, com uma "geração de sequelados" que precisa de cuidados para toda a vida.

A outra frente é a da prevenção, e nela pode-se enxergar ações positivas do poder público (para além da gafe de Castro, que sugeriu às mulheres contrair zika antes de ficarem grávidas, de modo a estarem imunes durante a gestação). Mas o tamanho do problema indica que elas ainda são insuficientes. O país tem uma cultura de atacar demandas no pico, mas relaxar com os cuidados tão logo os indicadores melhorem, um comportamento a ser mudado. Também a população, em geral, parece não ter despertado para a ameaça. Vale o alerta do ministro da Saúde: não se trata só de matar o vetor; é preciso evitar que ele nasça.

O Globo

Secretaria de saúde
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