22 de janeiro de 2016
Com explosão de casos de dengue, chikungunya e zika, Dilma convoca reunião de emergência
A presidente Dilma Rousseff convocou ontem, (21/1), uma reunião de emergência com os principais ministros da área, no Palácio do Alvorada. Antes, em agenda no Recife, capital do estado com maior número de casos de microcefalia, Dilma aproveitou o discurso de cerca de meia hora para pedir mais empenho da sociedade no combate ao Aedes aegypti, enquanto ainda não há uma vacina contra o vírus.
“A população também pode nos ajudar, enquanto não temos a vacina, enquanto não podemos fazer um combate mais agressivo a ele (vírus), que a gente tire as condições de reprodução do mosquito”, afirmou Dilma.Números recentes do MS revelam que a quantidade de infectados pelo vírus da dengue saltou de 589 mil, em 2014, para 1,6 milhão, em 2015 — um crescimento de 180%. Mais preocupante está o crescimento nos casos de recém-nascidos com microcefalia: de 147 casos em 2014 para incontroláveis 3.893 registros entre 2015 e 2016.
A proximidade com o carnaval também começa a preocupar o governo. Unidade da Federação com maior índice de casos de microcefalia — é responsável por um terço dos casos (1,3 mil) —, Pernambuco arrasta cada vez mais foliões. Só no Galo da Madrugada, no Recife, em 2015, compareceram 2,5 milhões de pessoas.
Para o professor Pedro Luiz Tauil, do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade de Brasília (UnB), o aumento da população em áreas urbanas pode explicar os números das doenças causadas pelo Aedes. “Temos muita gente vivendo em condições precárias de saneamento, sem coleta de dejetos, em casas que facilitam a proliferação do mosquito”, esclareceu. “E o problema não é exclusivamente brasileiro: 2,5 bilhões de pessoas estão vivendo em áreas de risco do Aedes no mundo todo.”
“As medidas que precisam melhorar mesmo são de saneamento básico, como abastecimento regular de água e coleta de dejetos. Não pode continuar o descarte de pneus, depósitos de carros inclusive do governo, ferros-velhos”, alertou. A educação sanitária – orientações sobre como evitar o criadouro do mosquito e outras tarefas da população – deveria começar desde a escola, defende Tauil. “O governo tem feito, mas não tem valorizado essas ações suficientemente”, lamentou.
Fonte: Estado de Minas