22 de janeiro de 2016
Carnaval é 'coquetel explosivo' para espalhar zika, alertam infectologistas
A passagem de milhares de turistas por capitais com tradicionais carnavais de rua em estados com alto número de casos de bebês nascidos com microcefalia e suspeita de ligação com o zika vírus pode representar um "coquetel explosivo" e ajudar a espalhar ainda mais a doença pelo país, alerta a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Até o momento há 3.530 casos de microcefalia relacionados ao zika em 21 Estados.
Para os especialistas, o Carnaval reúne fatores de risco preocupantes para o aumento da transmissão do zika, num momento em que a epidemia ainda se encontra em curva de ascensão no Brasil. O alerta se soma a um comunicado da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que nesta segunda-feira relatou aumento de casos da síndrome de Guillain Barré em países com epidemias de zika. Em julho de 2015, 42 pessoas foram confirmadas com a doença, que causa problemas neurológicos, na Bahia.
O "coquetel explosivo" do Carnaval inclui, segundo os infectologistas, as grandes aglomerações de pessoas, em geral com poucas roupas e mais vulneráveis às picadas do Aedes aegypti, possibilidade de chuvas, maior quantidade de lixo nas ruas e por consequência mais chance de potenciais criadouros do mosquito.
Isso se soma ao maior numero de relações sexuais sem proteção e risco de gestações indesejadas justamente nos locais de maior incidência do vírus relacionado à má formação fetal, dentre outras consequências ainda pouco conhecidas.
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