22 de janeiro de 2016
OMS confirma segundo caso de ebola em Serra Leoa
Serra Leoa registrou um novo caso de Ebola, uma pessoa próxima à vítima que morreu há menos de dez dias no país, que reforçava nesta quinta-feira os controles sanitários sistemáticos para prevenir novas contaminações. A vítima é uma tia da estudante de 22 anos, Marie Jalloh, que morreu pela febre ebola no último 12 de janeiro na cidade de Magburaka (norte), onde a mulher estava em quarentena, segundo várias fontes oficiais em Serra Leoa e a Organização Mundial da Saúde (OMS) - que confirmou este segundo caso , tratado pelo pseudônimo de "Tia M."
"Tia M." foi colocada em quarentena em Magburaka em 17 de janeiro, com quatro pessoas consideradas como "de alto risco". Ela começou a apresentar uma febre com diarreia na manhã de quarta-feira e logo foi transferida para uma unidade de isolamento, até que os exames confirmem a presença do vírus ebola.
Ela foi transferida para Freetown, num centro de tratamento dentro de um hospital militar.Estes novos casos são um golpe para o país, onde o fim da transmissão do vírus tinha sido declarado em 7 de novembro no ano passado. O porta-voz do ministério da Saúde serra-leonês, Sidi Yahya Tunis, estimou "que é muito provável que mais casos sejam registrados, já que muitas pessoas foram expostas" à primeira vítima.Segundo outra fonte do governo, "Tia M. fez parte das mulheres que realizaram o ritual de lavagem do corpo de Marie Jalloh antes que ela fosse enterrada em Magburaka".
Serra Leoa, Guiné e Libéria, os países mais atingidos, concentram mais de 99% dos 11.300 mortos, sobre mais de 28.000 casos registrados desde o início da epidemia em dezembro de 2013 no sul da Guiné, um balanço considerado subestimado pela OMS.
Uma campanha de vacinação das pessoas que tiveram contato foi lançada na terça-feira em várias comunidades do norte, de acordo com o chefe de serviços médicos de Serra Leoa, Brima Kargbo, explicando à AFP que a operação iria durar "até que todos os contatos sejam vacinados". O produto utilizado é a vacina candidata VSV-EBOV, já testada na Guiné e numa cidade do norte de Serra Leoa sob quarentena.
Segundo a OMS, "150 contatos do primeiro caso foram identificados, dos quais 42 são de alto risco", e este número pode aumentar "já que há um segundo caso e não sabemos exatamente quantas pessoas entraram em contato com a tia". A revelação deste novo caso colocou novamente a população em estado de preocupação e medo, como a dona de casa Tity Kamara, 36 anos. "Estávamos nos recuperando do choque causado pela morte de Marie Jalloh, e não sabemos se estamos a salvo", desabafou à AFP. Os testes sobre o corpo de Marie Jalloh deram positivo em 14 de janeiro, horas após a declaração da OMS do fim de "todas as redes de transmissão conhecidas" do vírus na África Ocidental.
Fonte: Agence France Presse (AFP)