22 de janeiro de 2016
Surto epidêmico no norte põe Argentina em alerta para conter avanço da dengue
Com mais de 1.100 casos confirmados e situação de surto epidêmico nas províncias do norte, perto das fronteiras com o Brasil e Paraguai, a Argentina está em alerta para impedir o avanço da dengue pelas demais regiões do país.
O secretário de Promoção de Programas Sanitários do Ministério da Saúde do país, Néstor Pérez Baliño, afirmou à Agência Efe que a Argentina já passou da "etapa de contenção", onde cada caso é analisado individualmente, para a "fase de mitigação".
Agora, pacientes que vivem nas regiões de surto, que viajaram para países com epidemia (Brasil e Paraguai) ou que tiveram contato com quem esteve nessas regiões serão considerados como portadores da doença e tratados sem exame prévio.
As províncias de Formosa e Misiones, no nordeste do país e que fazem fronteira com Brasil e Paraguai, têm o maior número de casos, com mais de 900 pessoas afetadas pela dengue. Nas demais regiões, houve registros da doença, mas sem, por enquanto, existir uma situação de "surto" e com poucos contágios autóctones - ou seja, que ocorreram dentro da própria Argentina.
"Em Formosa e Misiones já há uma circulação permanente do vírus e podemos falar claramente de surto. Todos os exames dos pacientes indicaram o mesmo vírus, do tipo 1, o único que está afetando as pessoas aqui na Argentina", explicou Baliño.
Para a Argentina, a boa notícia é que ainda são poucos os contágios ocorridos dentro do território nacional. "A grande maioria, eu diria 80%, são casos importados do Paraguai e do Brasil. Os demais, em números aproximados, são autóctones", completou.
O aumento das chuvas e das temperaturas provocadas pelo fenômeno El Niño provocou um crescimento no número de casos no Paraguai e no Brasil, expandindo os riscos para a Argentina. No país, a dengue experimenta picos cíclicos de entre 4 e 6 anos, indicou Baliño, e a última grande situação epidêmica ocorreu em 2009.
No entanto, neste ano, a doença se antecipou, já que a incidência costuma ser maior entre fevereiro e março. O Ministério da Saúde da Argentina afirmou que não é possível tender se a dengue manterá a tendência até o fim do verão ou será controlada antes disso.
"Abaixo dos 12 graus é muito difícil encontrar o mosquito Aedes aegypti. Por isso, começa a cair a curva epidemiológica a partir de maio", acrescentou o secretário.Na província de Buenos Aires, a mais populosa do país, foram registrados pelo menos 30 casos, dois deles autóctones, contra os sete ocorridos no ano passado. As autoridades recomendaram que os cuidados sejam reforçados para a doença não se espalhar na região. Já na capital do país, desde o início do ano foram detectados sete casos, todos eles "importados" de regiões de grande incidência da doença, explicaram fontes da prefeitura de Buenos Aires.
Fonte : Agencia EFE