Governo do Rio de Janeiro Rio Poupa Tempo na Web Governo Aberto RJ
Acessibilidade na Web  Aumentar letra    Diminuir letra    Letra normal
Home Fique por dentro Clipping CIEVS Clipping CIEVS
01 de fevereiro de 2016
Zika aumenta clamor por flexibilização do aborto no Brasil

O pânico tomou conta das maternidades da capital pernambucana desde que o zika, vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti detectado nas Américas pela primeira vez no ano passado, 2015, foi relacionado a uma série de casos de microcefalia. Não existe vacina ou cura para a doença ainda pouco conhecida.

Em cerca de quatro quintos dos casos, o zika virus não provoca sintomas perceptíveis, por isso as mulheres não sabem se o contraíram durante a gravidez. No hospital Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), de Recife, dezenas de gestantes esperam ansiosamente pelos exames de ultrassom que indicam se a criança que carregam tem a cabeça reduzida e dano cerebral. O hospital já testemunhou o nascimento de 160 bebês com má-formação cerebral desde agosto passado.

"É muito assustador. Estou com medo de que minha filha tenha microcefalia", disse Elisângela Barros, de 40 anos, com 6 meses de gravidez e os olhos marejados por trás dos óculos. "Meu bairro é pobre e tem mosquito demais, muito lixo, e não tem água encanada. Cinco vizinhas minhas estão com zika."
Mulheres como Elisângela que vivem em favelas têm poucas defesas contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika e de outras doenças, como a dengue. Muitas vezes elas não podem arcar com o preço de repelentes e têm pouco acesso ao planejamento familiar.

A circulação de imagens chocantes de bebês com má-formação do cérebro têm feito muitas mulheres pensarem duas vezes antes de engravidar. Os médicos temem que a epidemia leve a um aumento no número de abortos clandestinos no país. A rápida disseminação da zika em 22 países das Américas levou alguns governos a aconselharem as mulheres a adiar a gravidez. El Salvador recomendou que as mulheres não fiquem grávidas durante dois anos e deu ensejo a um debate sobre a liberação do aborto na região, onde muitas nações têm leis rígidas a respeito da prática.

Estima-se que 1 milhão de abortos já sejam realizados todos os anos no Brasil, onde procedimentos mal-sucedidos em clínicas clandestinas já são uma das grandes causas de mortes maternas. Organizações de direitos das mulheres defendem a legalização do aborto no caso de mulheres que contraíram o zika, uma medida que até o momento só foi adotada pelo Ministério da Saúde da Colômbia.

No Brasil, um grupo de pesquisadores, ativistas e advogados planeja enviar uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF)pedindo que se autorizem abortos para mulheres portadoras do vírus.O mesmo grupo conseguiu em 2012 uma vitória no STF que ampliou o direito de acesso a aborto para casos de anencefalia, má-formação que faz com que bebês nasçam sem partes do cérebro e do crânio e quase sempre morrem pouco tempo depois. Como o sistema de saúde pública do país já está sobrecarregado, o futuro de muitas mães pode ser sombrio se o STF não agir, afirma Debora Diniz, professora de Direito que lidera a campanha."Em breve teremos uma geração de mulheres pobres cujo destino será cuidar de crianças extremamente dependentes em tempo integral", disse.

O vírus zika, pode provocar febre moderada e dores corporais, sintomas que desaparecem em cinco dias e que podem ser confundidos com os da dengue, que infectou 1,6 milhão de brasileiros em 2015.O governo federal diz que as mulheres que querem engravidar deveriam discutir os riscos com seus médicos, mas não chegou a aconselhá-las a adiar a gravidez. O governo planeja distribuir repelentes para dezenas de milhares de gestantes de baixa renda e está acelerando uma ofensiva para erradicar o mosquito com a ajuda das Forças Armadas.

Fonte: Reuters Focus

Secretaria de saúde
Links interessantes:
PET Rio sem fumo Rio imagem 10 minutos salvam vidas Xô, Zika !!