02 de fevereiro de 2016
Teste rápido para identificação do zika vírus custa até R$ 898 em BH
O surto de zika e a demora do diagnóstico por meio do exame adotado pela rede pública, que é feito em 15 dias, têm levado pessoas, especialmente grávidas com suspeita de ter contraído a doença, a procurar laboratórios particulares para obter resultados mais rápidos. A doença transmitida pelo zika vírus, cujo vetor é o mosquido Aedes aegypti, está ligada a casos de microcefalia.
Em Belo Horizonte, dois tipos de teste são realizados: o RT-PCR em Tempo Real e os de sorologia IgG e IgM, que são entregues ao paciente em até 4 dias. O primeiro é feito quando há sintomas, em até cinco dias depois do início da doença, e serve para detectar se há presença do material genético do zika vírus no organismo do paciente. Os dois últimos avaliam se há presença de anticorpos do vírus na corrente sanguínea e se o paciente já teve a doença. Os preços chegam a R$ 898.
Adriano Basques, farmacêutico bioquímico e gerente técnico do laboratório Geraldo Lustosa, onde o teste RT-PCR custa R$ 898, lembra que, devido à baixa demanda, esse é um exame que “começa caro”. Ele espera, porém, que o aumento do volume resulte em uma redução de preços. “Parte dos exames é feita fora do país ou em laboratórios de referência”, afirma. Ele conta ainda que o teste, realizado no momento em que há maior quantidade de vírus no organismo, é mais procurado por mulheres grávidas ou que desejam engravidar e que os resultados são entregues no prazo de cinco dias.
Prazo menor é oferecido pelo laboratório Hermes Pardini, que realiza o exame RT-PCR por R$ 450. “Antes o exame era terceirizado a um laboratório na Espanha e com investimentos da ordem de R$ 50 mil conseguimos reduzir o preço e o prazo do resultado de 15 para 4 dias”, contou o diretor Comercial Corporativo Alessandro Ferreira, que garante que a expectativa é de que o prazo para a entrega dos resultados seja reduzido para três dias, nas próximas semanas.
Para março, é aguardada a oferta de um teste único, que poderá indicar a dengue, zika e a chikungunya. Em até 60 dias, a expectativa é de que as sorologias sejam realizadas no laboratório. “O teste depende de questões de registro junto à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, comenta. O preço do novo exame, de acordo com o diretor, costuma ser 30% do valor cobrado pelo RT-PCR.
MS e o teste
Em meados de janeiro, o Ministério da Saúde (MS) informou que vai adquirir 500 mil testes nacionais para realização de diagnóstico das três doenças até o fim do ano. As primeiras 50 mil unidades começam a ser produzidas pela Fiocruz este mês. A tecnologia vai garantir o diagnóstico simultâneo do material genético dos três vírus. Atualmente, segundo informações do Ministério da Saúde, o diagnóstico da zika é realizado com uso da técnica RT-PCR em Tempo Real e são usados reagentes importados para descartar a presença da dengue e chikungunya, sendo necessário realizar os exames separadamente.
Caso em Juiz de Fora
A Secretaria de Saúde de Juiz de Fora confirmou ontem que foi constatado o primeiro caso de zika no município, após investigação e realização de exames. Segundo a secretaria, trata-se uma gestante 35 anos, esteve na cidade de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, onde foi infectada pelo zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que está ligada a casos de microcefalia. Ela está em casa, recebendo atendimento. Esse é o terceiro caso de zika em Minas, mas ainda não foi computado pela Secretaria de Estado da Saúde, que deve divulgar boletim epidemiológico hoje, 2 de fevereiro.
Fonte : Estado de Minas