A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou ontem, 1º , a epidemia do vírus zika como uma emergência para a saúde pública mundial, o que é visto como um sinal da gravidade da doença.

“Declarou oficialmente que o aumento recente de casos de microcefalia e de outras anormalidades neurológicas que estão a ser registadas na América Latina representam uma emergência de saúde pública que diz respeito a toda a comunidade internacional”, disse a directora-geral da OMS, Margaret Chan, após uma reunião de urgência desta organização para analisar a situação. Para a responsável, o zika “é um evento extraordinário” que necessita de uma resposta coordenada”, sendo a principal prioridade a protecção das grávidas e dos seus bebés e o controlo da população de mosquitos, que são quem espalha a doença.

Margaret Chan aconselhou ainda todas as grávidas a evitar viajar para as regiões afectadas pelo zika, algo que não deixará de ter impacto no número de visitantes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que terão lugar em Agosto, uma vez que o Brasil é o país do mundo que está a ser mais afectado pela epidemia. Com cerca de 1,5 milhões de casos já registados, as autoridades brasileiras estão a braços com o nascimento de 3.700 bebés afectados pela microcefalia (crânio menor do que o normal) desde o início da epidemia em 2015, um valor muito superior aos 147 casos registados em 2014.

Esta é a quarta vez que a OMS declara uma epidemia como emergência, tendo a medida sido justificada com o facto de existir uma grande “incerteza” relativamente ao comportamento da doença. “Não é a altura para esperar”, indica a OMS, em particular depois das fortes críticas relativamente à lentidão da organização em declarar como emergência a epidemia do vírus ébola em África.

Fonte: Diário Económico Online (Portugal)