14 de março de 2016
Americana confirma surto de KPC com 7 casos de infecção em hospital, SP
O Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana (SP), está com surto da superbactéria KPC. Sete pessoas foram infectadas desde o início de janeiro, duas delas morreram. A informação foi confirmada pela Prefeitura e pelo médico infectologista da unidade, Arnaldo Gouvea, ao G1 nesta quinta-feira (10).
A bactéria multirresistente Klebsiella pneumoniae foi encontrada em quatro pessoas, que manifestaram sintomas clínicos, e em outros três pacientes identificados em exames de vigilância no hospital. Um dos infectados é reincidente, ele esteve entre os casos do surto registrado na mesma unidade em 2014.
Entre os demais pacientes infectados, três tiveram alta até esta quarta-feira (9). Uma mulher idosa, hospitalizada desde 25 de janeiro,teve infecção urinária, permanece na enfermaria mas deve ter alta nos próximos dias.O paciente mais crítico é um homem que sofreu ferimento a bala. Ele está hospitalizado desde dezembro e, atualmente, se encontra na enfermaria do hospital. Segundo o infectologista, não há funcionários infectados porque eles cumprem os protocolos e tomam as precauções devidas.
O contágio da bactéria KPC acontece por contato, mas não socialmente. No caso de pacientes acamados infectados, a chance é maior de uma contaminação, segundo o infectologista. A KPC fica alojada no trato digestivo da pessoa infectada e aparece nas fezes e na urina, por exemplo. "Os pacientes acamados não têm controle da sua excreção, evacuam na cama, na hora do banho, contaminando o ambiente. Acaba colonizando de bactérias a pele inteira e acaba afetando os órgãos internos. Gouvea lembra ainda que: "A KPC não é mais agressiva, mas demanda antibióticos só usados em circustâncias especiais, e não os do dia a dia". No entanto faz uma crítica às indústrias farmacêuticas com relação ao desenvolvimento de medicamentos para conter a KPC e outras ditas superbactérias.
"Se ficarmos dependendo das indústrias farmacêuticas, vamos perder. Faz cerca de duas décadas que não se desenvolve novas clases de antibioticos. E as bactérias continuam evoluindo", completa.
Saiba mais.