14 de março de 2016
Infectologistas pedem revisão da idade mínima para uso de repelente
Após reunião da Sociedade Brasileira de Infectologistas (SBI) nesta sexta-feira (11), os profissionais reunidos definiram novas recomendações para pacientes com zika e médicos em atendimento da epidemia. Eles elaboraram um documento que pede que a idade mínima para uso de repelente seja revista pela Anvisa.
Atualmente, repelentes do tipo DEET e icaridina podem ser usados por crianças a partir de 2 anos. Já o tipo IR3535 é permitido a partir de 6 meses. A SBI argumenta que em alguns países da Europa já é possível encontrar produtos para bebês de 2 meses de idade. A sociedade recomenda que seja revista a possibilidade de redução da idade mínima para que o produto seja utilizado.
Segundo os médicos, a Anvisa precisa realizar novos testes para determinar concentrações e esquemas de aplicação seguros para uso durante a epidemia do vírus da zika. "É o caso do uso de protetores solares que já contêm o repelente. Cada um dos produtos tem um período de aplicação e, se o paciente passar toda vez que sai da água, a quantidade de repelente pode até ser tóxica", disse a infectologista Helena Brígido. Repelentes no Brasil têm como limite a idade mínima de 6 meses.
Os 12 profissionais que estiveram reunidos avaliaram que, durante a epidemia da zika, as gestantes devem usar o produto durante todo o dia. Após a publicação das recomendações discutidas nesta sexta, os mais de 12 mil infectologistas da sociedade receberão o documento. Além da Anvisa, o Ministério da Saúde também receberá as sugestões durante a próxima semana.
O presidente da SBI, Sérgio Cimerman, disse que mulheres grávidas que tenham contraído o vírus da zika precisam amamentar. Segundo ele, não há registro na literatura médica de casos de contração do vírus pelo leite materno.
"Mesmo os bebês que contraíram zika após o nascimento não tiveram quadros clínicos graves", argumentou. Ele diz que o maior risco ainda é durante a gestação. "Os benefícios da amamentação são superiores até a uma possível infecção de zika em uma criança que já nasceu", completou.
Sobre o combate ao Aedes aegypti, os médicos defenderam a estratégia de combate por todos os lados, incluindo estratégias polêmicas como o fumacê e mosquitos 'transgênicos'. Durante a reunião, o grupo afirmou diversas vezes que "possui mais perguntas e respostas”.
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