15 de março de 2016
Cabo Verde regista primeiro caso de microcefalia associado ao vírus zika, África
"Foi notificado o nascimento de uma criança com evidências de microcefalia na cidade da Praia. Não temos ainda a confirmação de se tratar de microcefalia que esteja associada a zika, mas é uma situação que tratamos como provável associação", disse a ministra da Saúde, Cristina Fontes Lima , que também adiantou que foram recolhidas amostras à mãe e à criança, que serão enviadas para o Instituto Pasteur, em Dacar, para confirmação laboratorial.
"Há um caso notificado de microcefalia, queremos agora investigar para poder saber se há esta ligação. Até prova em contrário, temos que o tratar no contexto epidemiológico e notificar à OMS [Organização Mundial de Saúde]", acrescentou. Por seu lado, o diretor nacional da Saúde, Tomás Valdez, adiantou que o nascimento da criança foi notificado na segunda-feira, 14, e que "resulta de uma gravidez de termo, de uma mãe que referiu retrospetivamente ter manifestado sintomas e sinais compatíveis com uma infecção por vírus zika".
Tomás Valdez sublinhou que a criança será seguida em consultas de pediatria e neuropediatria, para estimular precocemente o desenvolvimento de "alguma capacidade e autonomia básica", e que será prestado apoio psicológico e social aos país. As autoridades de saúde deram ainda conta do registro de 165 grávidas com suspeita de infecção por vírus zika, sendo que até à segunda semana de março tinham acontecido já 44 partos sem indícios de microcefalia ou Síndrome de Guillian Barré.
Cristina Fontes Lima disse ainda que foram notificados, na semana que terminou a 06 de março, 33 casos suspeitos, um número 25 vezes menor quando comparado com o pico da epidemia, que se registou em novembro de 2015. Atualmente, segundo a ministra, apenas a Praia (Santiago) e São Filipe (Fogo) estão a notificar casos suspeitos, enquanto as ilhas do Maio e da Boavista não registraram casos nas últimas semanas.A epidemia de zika em Cabo Verde foi oficialmente declarada a 22 de outubro de 2015 e até 06 de março de 2016 foram registrados 7.457 casos suspeitos.
Fonte: Agência Lusa