16 de março de 2016
USP apresenta novo teste para diagnosticar o zika a partir de anticorpos específicos no sangue do paciente, SP
A Universidade de São Paulo (USP) divulgou, nesta terça-feira,15, um método mais eficaz para diagnosticar infecções por zika vírus:pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) desenvolveram uma forma de detectar a presença de anticorpos contra o vírus, mesmo após a eliminação do zika no organismo. Até aqui, só era possível localizar a doença se o vírus estivesse ativo.
O teste foi utilizado em amostras de sangue de mulheres do município de Itabaiana-SE, cidade com um dos maiores índices de microcefalia em relação ao tamanho da população no país. A metodologia desenvolvida pelo grupo permitiu confirmar que a maioria das oito mães de bebês com microcefalia é soropositiva para a infecção pelo zika, assim como seus filhos. De acordo com a USP, esses dados ainda não haviam sido confirmados por outros métodos de diagnóstico disponíveis.
O professor Luís Carlos de Souza Ferreira, vice-diretor e coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do ICB, explica, no site, que com este método, pode-se “demonstrar a especificidade da detecção do zika, superando uma deficiência séria dos sistemas sorológicos até agora disponíveis”.
Os pesquisadores acreditam que, a partir de agora, será possível obter dados mais precisos sobre o número de infecções por zika vírus no país, especialmente em grávidas, para que elas tenham o atendimento adequado.
O desenvolvimento desta metodologia envolveu o uso de técnicas de biologia molecular e é resultado de parceria entre os Laboratórios de Desenvolvimento de Vacinas, Virologia Clínica e Evolução Molecular e Bioinformática do Departamento de Microbiologia do ICB, todos integrantes da Rede zika, força-tarefa de pesquisadores paulistas sobre o tema.
Os reagentes necessários para a realização do teste estão em produção emergencial e serão distribuídos gratuitamente para centros de pesquisa da Rede zika e para demais laboratórios científicos do país. A equipe espera agora uma parceria com o Instituto Butantan para que um novo kit diagnóstico seja produzido e distribuído a hospitais e bancos de sangue de todo o país.
Fonte: O Globo Tempo Real