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17 de março de 2016
Zika leva a risco de 1% de microcefalia

"O primeiro trimestre é o mais crítico", avaliou o doutor Simon Cauchemez, principal autor da pesquisa. A estimativa tomou por base análise de casos de gravidez e nascimentos durante o surto de 2013 e 2014 na Polinésia Francesa. Os autores alertaram que o risco, calculado por meio de modelos matemáticos e estatísticos, pode diferir para a epidemia atual, dependendo de como o vírus se espalha e de fatores genéticos da população afetada.

A estimativa também não leva em consideração outras anomalias fetais em outros trimestres da gestão. "O 1% que descrevemos aqui não é o fim da história", advertiu Arnaud Fontanet, coautor do estudo e diretor da Unidade de Doenças Epidemiologia Emergentes no Instituto Pasteur de Paris.

"Depois que o Brasil começou a relatar casos de microcefalia e sugerir uma ligação com o vírus, os pesquisadores da França e do Taiti voltaram a peneirar relatórios de defeitos congênitos que ocorreram ao longo de dois anos - antes, durante e depois da epidemia na Polinésia Francesa", disse Fontanet. O Ministério da Saúde do Brasil está investigando 4.231 casos suspeitos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivas de infecção congênita. Dos casos já analisados, 745 foram confirmados.

O surto na Polinésia francesa afetou 66% da população (31 mil pessoas) e o trabalho do Pasteur faz uma retrospectiva de todos os casos de microcefalia em um período de 23 meses entre setembro de 2013 e julho de 2015. Segundo os cientistas, "1% dos fetos ou recém-nascidos de mães infectadas no primeiro trimestre da gravidez têm microcefalia, enquanto o risco normal é de 0,02%, 50 vezes menor".

"Essa ameaça é mais baixa que em outras infecções virais associadas a lesões cerebrais durante a gravidez", relata Cauchemez, lembrando que quando a gestante contrai rubéola no primeiro trimestre a possibilidade de complicação grave varia de 38% a 100. "Entretanto, a rubéola afeta menos de 10 gestantes por ano em um país como a França e tem vacina."

Em um comentário que acompanha o artigo científico, a brasileira Laura Rodrigues, doutora da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, observa que "a constatação de risco mais forte no primeiro trimestre é biologicamente plausível, considerando ainda o calendário de desenvolvimento do cérebro e de transtornos neurológicos". Embora mais pesquisas sejam necessárias, os pesquisadores afirmam que esses resultados, aliados a trabalhos de veículos conceituados como The New England Journal of Medicine, sugerem que a recomendação da Organização Mundial da Saúde de que as grávidas devem se proteger de mosquitos Aedes aegypti "é precaução saudável".

Fonte: O Estado de São Paulo
 

Secretaria de saúde
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