21 de março de 2016
Pesquisa detecta 82% de infecções por zika em grávidas de Jundiaí, SP
O resultado preliminar de uma pesquisa realizada no Hospital Universitário de Jundiaí indicou o vírus da zika em 82% das grávidas de um grupo que não apresentava qualquer sintoma da doença. A proposta é acompanhar as mulheres ao longo do tempo para entender a evolução da doença e calcular os riscos de complicações, como a microcefalia no feto. Três grupos de mulheres serão estudados: grávidas sem sintomas, grávidas com sintomas de zika e aquelas que perderem o bebê.
O estudo começou há menos de 20 dias, e os resultados ainda devem ser vistos com cautela, alerta Saulo Duarte, professor titular de pediatria da Faculdade de Medicina de Jundiaí, responsável pela pesquisa.
Uma pesquisa divulgada nesta semana, com dados da Polinésia Francesa (que passou por uma epidemia de zika entre 2013 e 2014), mostrou que o risco de uma mãe infectada por zika ter um filho com microcefalia fica na casa de 1%.No caso do Brasil, ainda não há uma estimativa confiável da taxa de ataque, isto é, a proporção de pessoas infectadas em relação àquelas suscetíveis. Em outros locais como na Micronésia e na Polinésia Francesa esse número chegou na casa dos 74% e 66% –relativamente próximos do 82%.
Os estudos de Duarte e de Nogueira têm desenhos experimentais similares, o que cria uma "competitividade colaborativa", explica o virologista. Na hora da conclusão, as amostras podem se somar para atingir um valor adequado para se realizar uma análise estatística, ou, se atingidos separadamente, um estudo pode servir de corroboração para o outro. A iniciativa faz parte da Rede zika, força-tarefa formada por vários grupos de pesquisadores de São Paulo para estudar e buscar soluções para o surto causado pelo vírus da zika.
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