05 de abril de 2016
Números de dengue podem incluir zika
O crescimento dos indicadores de dengue neste ano pode ter como causa não apenas o maior vigor na transmissão da doença, mas um erro de diagnóstico. Diante da tríplice epidemia enfrentada pelo País, com vários estados apresentando simultaneamente infecções por dengue, zika e chikungunya, não está descartada a hipótese de que as duas últimas, que chegaram mais recentemente ao país, estejam sendo relatadas como casos de dengue.
Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que, em 21 dias, o número de casos de dengue duplicou. Até o dia 27 de fevereiro, haviam sido identificados 396.582 pacientes com suspeita da infecção. No dia 6, eram 170.103 registros.A explosão surpreendeu especialistas. A tendência de aumento em dois anos seguidos nunca havia sido notada. Desde que o vírus da dengue foi identificado, na década de 1980, não se vê uma epidemia de grandes proporções em anos subsequentes.
O teste laboratorial, feito para a dengue, também pode apresentar resultados indefinidos. "Como tanto dengue quanto zika são arbovírus, há um risco de uma infecção por zika provocar resultado falso positivo para dengue", explica o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.O professor da Universidade Federal de Goiás, João Bosco S. Júnior diz: "Não há dúvida de que há risco de erro nas notificações. Daí a importância da investigação dos casos. Com testes específicos podemos verificar, em um espaço de tempo razoável, o que de fato está ocorrendo."
Fonte: O Estado de S. Paulo