06 de abril de 2016
O impacto: proliferação de doenças e poluição da água
Investir em saneamento básico, como o tratamento da água e do esgoto, é se preocupar com a qualidade de vida das pessoas. O impacto social da pouca atenção a esses serviços está relacionado, principalmente, à saúde e ao meio ambiente. Esgoto a céu aberto e consumo de água poluída podem desencadear doenças como diarreias, hepatite A e verminoses. Além disso, a falta de tratamento do esgoto recolhido arrasta para os rios, os arroios e o próprio solo dejetos domésticos e também industriais.
– Quando não se planejam ações para melhorar o saneamento, o impacto é grande. O índice de 31,67% de Caxias (percentual do esgoto gerado que é tratado) precisa ser analisado, já que o adequado é acima de 80%. Esses números devem servir de alerta para que a cidade planeje melhorias – analisa Pedro Scazufca, pesquisador do Instituto Trata Brasil e especialista em saneamento básico e economia.
No início de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um comunicado alertando sobre os problemas, principalmente de doenças, causados pela falta de água, saneamento e higiene. O órgão reforçou que seria indispensável acelerar o progresso de erradicação de patologias que afetam mais de um bilhão de pessoas. O documento aponta que há um forte vínculo entre os sistemas de saneamento deficientes e o surto do zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da febre chikungunya:
– Podemos criar mosquitos estéreis ou usar ferramentas da internet para mapear dados, mas não podemos esquecer que há 100 milhões de pessoas na América Latina sem acesso a sistemas de saneamento, e 70 milhões de pessoas que não têm água encanada em suas residências. A maneira mais efetiva de enfrentar o problema é melhorar esses serviços – afirmou Léo Heller, relator especial das Nações Unidas para o Direito Humano à Água e ao Saneamento.
Fonte: Pioneiro - RBS Internet e Inovaçâo