05 de maio de 2016
São Paulo registra a primeira morte por febre amarela silvestre desde 2009
São Paulo registrou a primeira morte por febre amarela silvestre desde 2009. A vítima é um homem de 38 anos, operário da construção civil, que morava em Bady Bassit (região de São José do Rio Preto). Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a doença foi contraída em área de mata – possivelmente na própria região – e as medidas sanitárias pertinentes estão sendo adotadas. O óbito foi comunicado ao Ministério da Saúde na última semana, ainda conforme a pasta estadual.
O homem –cujo nome não foi revelado– morreu no último dia 8 de abril E estava internado desde o dia 26 de março, cinco dias após ter começado a passar mal em Bady Bassitt (a 450 km de São Paulo), onde morava havia seis meses. A coordenadora de endemias disse que o operário começou a passar mal no dia 21 de março e foi atendido numa unidade de saúde com quadro semelhante ao da dengue – febre e dores no corpo.
Os sintomas comuns, além de febre, são dor de cabeça aguda, dores no corpo, vômito e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode ter febre alta e icterícia (cor amarelada na pele e branco dos olhos) e ver o quadro evoluir para choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Segundo a secretaria, a morte em Bady Bassitt foi a primeira registrada no Estado nos últimos sete anos. Em 2009, foram confirmados 28 casos, com 11 mortes. Antes daquele ano, somente em 2008 e 2000 foram registradas mortes segundo a série histórica do CVE, iniciada em 2000. Em 2008, foram dois casos, com duas mortes. Situação idêntica ocorreu em 2000.
A suspeita é que a vítima tenha frequentado regiões de mata para pescar, onde há muita vegetação e macacos, que são os hospedeiros da doença. Na cidade, o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya, enquanto na mata o vetor comum é o mosquito Haemagogus.
"Não se pensava em febre amarela, por não existir casos na região, até o resultado positivo chegar na última semana", disse. A investigação sobre o provável local de infecção está sendo feita pelo Estado e, após a descoberta, serão definidas as medidas a serem adotadas.Com a confirmação do caso, o município fará uma ampliação da vacinação contra a febre amarela. "Queremos ter certeza que temos uma população imune, até por não termos conhecimento de onde foi o local de contágio dele", disse a coordenadora. As ações serão definidas a partir de segunda-feira (9).
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