18 de maio de 2016
Emergência ambiental, Chile
Desolação. O pescador chileno Joaquin Martinez caminha numa praia coberta de sardinhas mortas no Sul do país: reprodução maciça de microalgas que produzem toxinas envenenou a água e está provocando mortandades na região. Protesto. Sem poder trabalhar, pescador usou seu barco como barricada numa manifestação em Chiloé
Maré vermelha - uma afloração de algas "de proporções bíblicas" no litoral Sul do Chile está sendo considerada uma das maiores catástrofes ambientais da História do país e colocou sob suspeita as práticas da indústria nacional do salmão. O fenômeno, também conhecido como "maré vermelha" por tingir grandes extensões do mar com a cor, é provocado pela reprodução maciça de algas microscópicas que liberam toxinas na água, envenenando diversas espécies de mariscos e outros moluscos. Estes, por sua vez, acabam por intoxicar peixes e outros animais, inclusive humanos, caso consumidos. Assim, nas últimas semanas, o Chile registrou grandes mortandades de animais, desde mariscos e sardinhas até pássaros marinhos, além da hospitalização de dezenas de pessoas que ingeriram os produtos.
- Mataram nosso oceano - disse à agência AP a pescadora Marisol Millaquién, há semanas sem trabalhar. - Tenho 46 anos e vi outras marés vermelhas, mas nuca uma como esta. Despejo de peixes mortos em alto-mar. A acusação contra os produtores industriais de salmão no Sul do Chile tem a ver com o fato de, em março, eles terem despejado em alto-mar, com autorização e ajuda do próprio governo chileno, quase cinco mil toneladas de peixes mortos por outra grande afloração de uma espécie diferente de microalga que atingiu suas fazendas marinhas no início do ano.
Disse Marcos Emilfork, promotor regional de Los Lagos. - Para a promotoria e para mim, como promotor regional, os delitos relacionados ao meio ambiente são graves e uma prioridade. Por isso, estamos levando à frente uma investigação acusatória e dando os passos o mais rápido possível, com equipes especializadas, para chegar ao fundo da situação.
Fonte: O Globo