20 de maio de 2016
Vacina contra zika deve ser testada em animais a partir de novembro, EUA
Testes da vacina contra zika em desenvolvimento pelo Instituto Evandro Chagas e a Universidade Medical Branch, dos Estados Unidos, devem começar a ser feitos em animais a partir de novembro. "Conseguimos acelerar o cronograma em alguns meses, em parte por causa dos ganhos na tecnologia, em parte por sorte", afirma o diretor do instituto, Pedro Vasconcelos.
A previsão inicial era de que essa etapa seria concluída somente em fevereiro de 2017. Se não houver problemas ao longo do caminho, avalia Vasconcelos, em fevereiro já será possível iniciar os testes da vacina em voluntários humanos. Os estudos em pessoas seriam feitos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amapá, Estados que não registram até o momento a circulação do zika. A vacina em desenvolvimento em parceria com a Universidade Medical Branch é feita a partir de partículas do vírus atenuado. A meta é fazer mutações no genoma do vírus para que ele perca sua capacidade de produzir a doença mas, ao mesmo tempo, seja reconhecido pelo organismo para que anticorpos sejam produzidos.
Vasconcelos vai sugerir que a análise seja feita num prazo que varie entre 6 meses a um ano. "Se o imunizante mostrar-se capaz de neutralizar a ação do vírus selvagem por esse período, há grandes chances de que isso valha para um prazo mais longo", completou. Na terceira fase, em que se analisa a eficácia da vacina, são testadas cerca de 30 mil pessoas. O tempo desta etapa, afirma, também pode ser reduzido de forma significativa. "Se conseguirmos sensibilizar a OMS, acredito que a vacina poderá estar disponível num prazo de cinco anos", disse. "Se há alguns anos fizéssemos uma proposta como essa, seríamos criticados. Mas, com tecnologia atual, é possível cumprir esse prazo com segurança".
A vacina desenvolvida pelo Instituto Evandro Chagas do Pará e Universidade Medical Branch tem como público alvo mulheres em idade fértil que não estejam grávidas. O projeto prevê a aplicação de uma dose. Um outro imunizante que está sendo desenvolvido poderia ser usado por gestantes. Este, no entanto, não é feito com vírus atenuado, mas com DNA recombinante.
Fonte: AE Noticiário