01 de junho de 2016
17% dos internautas ainda acreditam em boato que liga vacinas à microcefalia
Desde que a epidemia do vírus zika - e sua associação com os casos de microcefalia - se tornou notória em novembro do ano passado, a divulgação de estudo após estudo está ajudando a montar o quebra cabeça da nova ameaça. Os cientistas já descobriram que o vírus é capaz de atravessar a placenta, que tem uma predileção por células nervosas e que pode ser transmitido também por relações sexuais, além da picada do mosquito Aedes aegypti. Mas toda essa ciência, acompanhada quase em tempo real pelo público, parece não ser o suficiente para combater a desinformação. Um levantamento feito com 12.000 internautas brasileiros sugere que 17% ainda acreditam que vacinas estão por trás dos casos de microcefalia. A pesquisa, feita pela Qualibest , foi realizada entre março e maio, e mostra o poder de boatos se alastrarem - e perdurarem.
No final do ano passado, em plena comoção nacional causada pelo surto de microcefalia, passaram a circular pelas redes sociais teorias conspiratórias sobre a origem das má formações. Entre as mais difundidas, estava a história de que a microcefalia fora causada por um lote de vacinas vencidas distribuídas em Pernambuco, algo que nunca aconteceu. Outra vertente afirmava, sem nenhuma evidência científica, que o culpado era um larvicida jogado em reservatórios para combater o Aedes aegypti. Uma versão ainda mais mirabolante dava conta que corporações estrangeiras haviam criado o vírus zika para poder vender vacinas e remédios, algo digno de enredo de filme. E também não podemos esquecer a história que culpava os mosquitos transgênicos, machos estéreis que não picam, por transmitir o zika.
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