16 de junho de 2016
ONU critica autoridades do Brasil e mineradora sobre desastre ambiental em 2015
Um grupo de especialistas da ONU criticou hoje, 16, a atuação das autoridades brasileiras e da mineradora Samarco após a rotura de duas barragens e do derrame de lama com resíduos no estado de Minas Gerais, em novembro de 2015.
O grupo de peritos em Direitos Humanos sobre meio ambiente, que apresentou hoje, 16, no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas o relatório da sua visita ao Brasil em dezembro de 2015, pediu às autoridades brasileiras e à empresa mais transparência com as vítimas no futuro.
Duas barragens de uma mina da Samarco perto da cidade de Mariana, no estado de Minas Gerais, romperam-se no início de novembro do ano passado e a lama com resíduos da exploração de minério de ferro invadiu a localidade de Bento Rodrigues, destruindo casas e provocando 18 mortos.
O acidente deixou um rasto de contaminação desde o interior até ao litoral, tendo afetado 3,2 milhões de pessoas cujo meio de vida dependia do rio Doce, onde desaguaram os resíduos mineiros. É considerado o maior desastre socio-ambiental da história do país.
Segundo o relatório, as falhas de comunicação e prevenção da empresa, assim como a má gestão das autoridades após o desastre, fez com que a população não confie na informação que lhe é dada.Os especialistas criticam ainda o fato de a empresa ter levado duas semanas a alertar para o estado de outras infraestruturas e a admitir falhas no seu plano de contingência.
Por outro lado, e dada a magnitude do desastre, o relatório considera que a atuação das autoridades federais e estatais foi insuficiente, salientando que o Governo federal é "encarregado de defender os direitos humanos das comunidades afetadas".
Os especialistas da ONU manifestam ainda a sua preocupação pela limitada capacidade das autoridades de realizarem inspeções de segurança em todas as minas do país e garantirem que a tragédia "não se repetirá".
Fonte: Agência Lusa