20 de junho de 2016
SAÚDE: Governos federal e Exército trabalham no combate ao Aedes
Desde o início da epidemia do zika, em outubro do ano passado, o governo federal vem adotando medidas para controlar as infecções, sobretudo quando foi confirmada a relação do zika com a microcefalia.
Para reduzir o número de casos de infecções, o combate se intensificou nos últimos meses, tendo em vista a proximidade dos Jogos Olímpicos, em agosto. Nesse período, a capacidade de reprodução do Aedes aegypti fica bastante reduzida.
Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Getúlio Vargas (FGV) divulgaram artigo com as informações repassadas à Organização Mundial de Saúde sobre o tema. De acordo com o texto, a capacidade de transmissão dessas doenças fica fortemente reduzida quando a temperatura mínima fica abaixo de 22ºC a 24ºC. No Rio de Janeiro, o mês de agosto tem a temperatura mínima média de 19ºC a 26ºC.
A Organização Mundial da Saúde já afastou a possibilidade de epidemia ou a necessidade de que a Olimpíada no Brasil fosse adiada ou cancelada. A OMS reforçou que o governo brasileiro tem fornecido dados atualizados que comprovam que as taxas de incidência de doenças transmitidas pelo mosquito são menores entre os meses de agosto e setembro, o que, segundo o órgão, terá queda ainda mais acentuada em razão das medidas preventivas tomadas pelo governo.
O secretário de saúde do Rio, Daniel Soranz, diz que "está bastante seguro quanto ao perfil epidemiológico da cidade" e que infecções por zika não serão problema para turistas ou para a população carioca. Ainda assim, ele assegurou que as ações de combate vão continuar nesse período entre agosto e setembro.
De acordo com Daniel Soranz, cerca de 3,5 mil agentes de vigilância em saúde estarão nas ruas para realizar visitas e combater focos do mosquito durante o período dos Jogos. Também estão previstas visitas em todos os pontos de obras considerados estratégicos. "O mais importante é o controle do vetor", acrescentou. Segundo o secretário, ainda será lançada uma cartilha com orientações para os turistas se protegerem do Aedes aegypti.
Para monitorar a situação do zika no país, foi criada a Sala Nacional de Coordenação e Controle, que reúne os ministérios da Integração Nacional, Casa Civil, Defesa, Educação e Desenvolvimento Social, e centralizou os esforços e a produção de dados sobre a doença.
Entre as medidas conjuntas, houve o lançamento da campanha zika Zero nas escolas, para conscientizar as crianças. Além disso, foram distribuídos mais de 500 mil testes para o diagnóstico do zika, disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e analisados por 23 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Também os laboratórios de hospitais universitários passaram a integrar essa rede para ajudar na verificação de casos de microcefalia associados à infecção por zika.
Outra ação que buscou engajar a população foi o desenvolvimento de aplicativos para smartphones, como o Caça Mosquito, por meio do qual é possível alertar as autoridades sanitárias sobre a localização de criadouros do mosquito.
Em mutirão, mais de 200 mil militares das Forças Armadas se unem aos agentes comunitários de saúde para apoiar vistorias às residências e aplicar larvicidas para eliminar criadouros do mosquito. A ação, que deve passar por 5.570 municípios, já vistoriou 82% dessas cidades até o mês passado. Em março, foi a vez de prédios do funcionalismo público serem alvos das fiscalização. O próximo ciclo de visitas ocorre até 30 de junho.
Até maio, o ministério da Saúde já tinha destinado R$ 130 milhões para que centros de pesquisa trabalhassem na elaboração de vacinas, soros e estudos sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Laboratórios como a Fundação Oswald Cruz, o Instituto Butantan e o Evandro Chagas receberam parte dos repasses. Este último desenvolve a vacina contra o zika em parceria com a universidade Medical Branch do Texas. A previsão é de que, até fevereiro do ano que vem, já haja uma fórmula pronta para ser testada em voluntários. As informações são do Portal Brasil.
Fonte: Investimentos e Notícias (Tempo Real)