APRESENTADOR EVARISTO COSTA: O número de casos de chikungunya disparou no país do ano passado para cá. E, com isso, as mortes também aumentaram. Na Bahia, algumas regiões enfrentam uma epidemia, como mostra o repórter Mauro Anchieta.

REPÓRTER MAURO ANCHIETA: Dona Maria do Rosário sabe bem o que é ter chikungunya. Ela mora em Feira de Santana, a 110 quilômetros de Salvador; uma das cidades que sofrem com a epidemia da doença.

DONA DE CASA/MARIA DO ROSÁRIO: Atrapalha muita coisa mesmo, os pés incham, as pernas, sinto muitas dores musculares, principalmente no frio. E as dores nos braços.

REPÓRTER MAURO ANCHIETA: O vírus da chikungunya é transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue e a zika. A doença se manifesta entre dois e 12 dias depois da picada e causa febre, dor de cabeça, manchas vermelhas e dores nas articulações. De janeiro a maio deste ano, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados, em todo o país, quase 123 mil casos; nove vezes mais que no mesmo período do ano passado, que teve pouco mais de 13 mil casos. A Bahia é o estado com maior incidência. De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, foram quase 37 mil casos, de janeiro a maio deste ano. A secretaria de saúde do estado contabilizou um mês a mais, até junho, e o número subiu; já ultrapassa 39 mil casos. Com a explosão de casos de chikungunya, aumentou também o número de mortes causadas pela doença. No ano passado inteiro foram seis em todo o país, segundo o Ministério da Saúde. Este ano, até maio, 17 pessoas já morreram por complicações provocadas pela chikungunya, a maioria idosos.

INFECTOLOGISTA/ANTÔNIO BANDEIRA: A chikungunya, ela não é uma doença branda, de forma nenhuma. Ela é uma doença altamente sequeladora, muitos doentes, por exemplo, são idosos, têm comorbidades, têm outras doenças associadas. Nós tivemos, recentemente, caso, por exemplo, de uma senhora com chikungunya, que se internou e morreu de embolia pulmonar. A causa final foi embolia pulmonar, mas a causa primária foi chikungunya.

REPÓRTER MAURO ANCHIETA: Em casos graves, as dores nas articulações podem se estender por até seis meses. Dona Maria sofreu com isso, mas o pior já passou.

ENTREVISTADA: Não podia colocar os pés no chão, sentia muitas dores, agora estou melhor.

Fonte: Jornal Hoje