29 de julho de 2016
Pesquisadores definem protocolo de pesquisa que vai avaliar zika nos fluídos corporais
As instituições envolvidas na pesquisa de âmbito internacional, que irá avaliar a presença e a persistência do zika vírus nos fluídos corporais (lágrima, saliva, leite materno, secreções vaginais e esperma) concluíram, nesta quarta-feira (27), em Manaus, o protocolo que será adotado nos estudos. O protocolo é parte importante do processo, para que a pesquisa inicie os estudos de campo.O trabalho foi realizado na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), na última terça-feira (26) e nesta quarta-feira (27), reunindo pesquisadores da unidade e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro e Pernambuco, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde (MS).
O objetivo da pesquisa, conforme explica a diretora-presidente da FMT-HVD, é avançar, no sentido de esclarecer a possibilidade de transmissão do zika vírus por outras vias, que não a da picada do mosquito Aedes aegypti. A intenção do grupo de pesquisadores é submeter o protocolo à avaliação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), já na próxima semana. “Se for aprovado, o estudo será iniciado ainda este ano”, afirma Graça Alecrim.
O diretor de Ensino e Pesquisa da FMT e pesquisador da Fiocruz, Marcus Lacerda, destaca que o protocolo define, entre outras coisas, quantos pacientes irão participar do estudo e quanto tempo deverão ser acompanhados, para que se comprove ou não a permanência do zika vírus nos fluídos corporais. O estudo será conduzido pela FMT e Fiocruz do RJ e PE. A médica sanitarista Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do MS e que coordena o grupo de pesquisa, ressalta que existem poucos estudos sobre o zika e que alguns apontam, por exemplo, evidências da transmissão do vírus pela via sexual. “Ainda existem muitas dúvidas para serem respondidas. O estudo pretende identificar quanto tempo o vírus permanece ativo no corpo do indivíduo e por onde ele pode ser transmitido. Os resultados vão ajudar inclusive na prevenção”, diz ela.
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