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02 de agosto de 2016
Como aplicativo ajudará a evitar ataques terroristas na Rio 2016

Um aplicativo está sendo distribuído pela polícia a funcionários de hotéis, restaurantes, barcas, trens, concessionárias públicas, rodoviária, metrô, guias de turismo e até voluntários da Rio 2016 para ajudar na prevenção e identificação de possíveis ataques terroristas durante a Olimpíada.

O uso do app, desenvolvido pela Polícia Federal e a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) e entregue a usuários em um treinamento específico, ganhou relevância em meio a crescentes temores de ataques no Brasil após os atentados de Nice, no sul da França, que deixaram ao menos 84 mortos.

A BBC Brasil teve acesso exclusivo ao aplicativo, batizado como "Vigia", que ainda está em fase final de implantação e já foi entregue a mais de 500 pessoas que passaram pelo treinamento e agora atuarão como multiplicadores em seus locais de trabalho. Com a ferramenta em mãos, profissionais de diferentes áreas poderão acionar uma unidade destacada do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que gerencia toda a operação de segurança dos Jogos.

Segundo a Sesge, o aplicativo instalado em smartphones permitirá que o usuário informe sobre atividades suspeitas, com mensagens de texto, fotos e alertas. Por meio de sistemas de GPS, os policiais no CICC poderão identificar exatamente onde se encontra o usuário, e em tempo real poderão fazer a análise das informações e decidir pela resposta mais adequada.

Comportamentos incomuns, como por exemplo um hóspede de hotel que não sai do quarto há muito tempo, um carro suspeito estacionado diante de um local de grande movimentação, pessoas que andam no sentido contrário da multidão numa grande estação ou quaisquer outras atividades suspeitas poderão ser relatadas.
"O aplicativo ajudará tanto na identificação de potenciais crimes comuns, como assaltos ou arrastões, até atividades suspeitas que poderiam levar a um ataque terrorista.

Obviamente às vezes um comportamento estranho não tem nenhum aspecto de ameaça de segurança. O usuário será orientado pelo CICC em como proceder e as equipes poderão ativar meios necessários para reagir caso avaliem um alerta como uma ameaça concreta", diz William Murad, delegado da Polícia Federal e diretor de inteligência da Sesge.

Uma das funções do aplicativo permite o envio de fotos de suspeitos, que ao chegarem ao CICC podem ser cruzadas com uma base de dados da Polícia Federal e da Interpol.


O aplicativo não está disponível para download público. Ou seja, é uma ferramenta de segurança pública criada pelos setores de inteligência da Polícia Federal e da Sesge e repassado diretamente por esses órgãos públicos às concessionárias e empresas privadas que participam da operação.

'Antes tarde do que nunca'. Para Vinicius Domingues Cavalcante, consultor em segurança e diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg), a iniciativa é "válida e bem-vinda", mas deveria ter ocorrido com mais antecedência.

"Tudo que se faz com o objetivo de conscientizar a população e trazer as pessoas comuns para a vigilância ao crime e ao terrorismo é válido. Mas se o objetivo era ser proativo, e se sabemos que sediaríamos a Olimpíada há sete anos, fazer este tipo de treinamento na reta final é tarde. Poderíamos estar treinando estes esquemas e termos uma rede de inteligência bem montada há muito mais tempo. Mas antes tarde do que nunca", diz.

O especialista considera que o Brasil está muito avançado nas ações de "contraterrorismo" (medidas de reação a ataques) e que os grupamentos táticos de resposta a guerra química, biológica e nuclear, além de unidades de resgate, estão "em pé de igualdade com as melhores do mundo". No entanto, Cavalcante diz que nas medidas de "antiterrorismo" (prevenção, identificação de ameaças e alertas), o país ainda precisa avançar.

"Como podemos esperar melhores resultados sem que estas ferramentas e capacitações tenham sido exaustivamente treinadas durante meses? Eu também considero que os nossos 'first responders', os policiais, guardas municipais, bombeiros e vigilantes privados, os agentes de ponta, não foram sido satisfatoriamente treinados para os Jogos", diz.

Cavalcante também alerta para a necessidade de uma cultura de maior revista e segurança em pontos turísticos como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.

Já William Murad, diretor de inteligência da Sesge, afirma que há um planejamento complexo de mais de dois anos por trás das operações de segurança e antiterrorismo das Olimpíadas.

"Eu tenho visto muitos especialistas dando explicações na imprensa em geral sem terem o conhecimento do que está realmente sendo feito. Esse tipo de crítica ignora um planejamento muito complexo, com uma integração nunca antes feita na história do Brasil", indica.

Murad destaca ainda o CIANT (Centro Integrado Antiterrorismo), que funcionará em Brasília e no Rio de Janeiro a partir de 31 de julho com a colaboração de agentes de inteligência de sete países: Estados Unidos, Canadá, Bélgica, França, Reino Unido, Argentina e Paraguai, e também o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), que conta com policiais de diversos países para ajudar nas operações de inteligência durante os Jogos. Ambas estruturas funcionaram com sucesso durante a Copa do Mundo, em 2014, diz a Sesge.

Para o consultor Hugo Tisaka, da empresa NSA Brasil, que atuou em segurança privada na Copa, a decisão de lançar um aplicativo com esta finalidade específica é "notícia muito positiva para a segurança". Ele diz que, no Brasil, o 190, número de telefone da central da polícia, ainda é muito pouco utilizado "porque as pessoas não têm a cultura de relatar comportamentos suspeitos e deixam para pedir socorro quanto o fato já aconteceu".

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