Em agosto fará um ano que os primeiros casos do atual surto de microcefalia começaram a ser registrados no estado. A Secretaria de Saúde de Pernambuco passou a fazer notificações em outubro de 2015, relativas a nascimentos ocorridos dois meses antes. Doze meses depois, o órgão está em alerta para uma possível nova forma de transmissão das arboviroses propagadas pelo Aedes aegypti: a dupla infecção. O alerta surgiu a partir da morte de duas pessoas por dengue e chikungunya ao mesmo tempo.

Os óbitos ocorreram em janeiro e foram divulgados nesta semana. As vítimas são um homem de 43 anos, morador do Cordeiro, e uma criança de 12 anos da Mangueira. Os diagnósticos foram confirmados pelo Instituto Evandro Chagas. O mecanismo pelo qual se deu a transmissão dupla é um mistério. A secretária-executiva de Vigilância à Saúde do Recife, Cristiane Penaforte, aponta duas hipóteses: é possível que o mesmo mosquito estivesse com os dois vírus e os tenha transmitido ao mesmo tempo ou que as pessoas tenham sido picadas por um mosquito com dengue e depois por um com chikungunya ou vice-versa.

Esta semana também foi confirmada a primeira morte de um feto por chikungunya no Recife. Até então, os óbitos intraútero só tinham relação com a zika. A mãe do bebê é uma mulher de 30 anos moradora do Arruda. Ela apresentou febre, dores articulares e manchas na pele. Três dias após o surgimento dos sintomas foi diagnosticada a morte do feto, com 38 semanas e sem sinais de má formação.O caso aconteceu em fevereiro, mas foi divulgado esta semana pela secretaria municipal, mediante confirmação do Instituto Evandro Chagas.

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