Governo do Rio de Janeiro Rio Poupa Tempo na Web Governo Aberto RJ
Acessibilidade na Web  Aumentar letra    Diminuir letra    Letra normal
Home Fique por dentro Clipping CIEVS Clipping CIEVS
23 de agosto de 2016
Bebês com microcefalia respondem bem a tratamento com botox, Recife, PE

Substância é utilizada para diminuir a rigidez dos músculos das crianças. Procedimento já foi feito em 15 bebês e teve resultados satisfatórios.

A manhã da sexta-feira (19) foi de novidade para os bebês Joanderson Belo e Maria Isabela Amorim, de oito e dez meses de idade. Ambas com microcefalia, as crianças foram submetidas pela primeira vez a aplicações de botox, na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), no Recife. O procedimento é novo para os dois bebês, mas já é pioneiramente utilizado na unidade há pelo menos quatro meses e os primeiros pacientes já têm apresentado respostas positivas.

De acordo com o ortopedista pediátrico Epitácio Leite, responsável pela aplicação da toxina nos bebês, a substância é usada em crianças que têm a má formação e que desenvolvem complicações ortopédicas ao longo dos meses de vida.

“São os bebês que têm a musculatura rígida e por isso têm dificuldades para movimentar as articulações dos braços e das pernas”, exemplifica. Até agora, 15 pequenos já passaram pelo processo e já apresentaram mais flexibilidade nos movimentos

“Eu costumo registrar as crianças antes e depois da aplicação para comparar e já é possível perceber a diferença na musculatura do quadril e nos braços”, comenta Leite. Além de melhorar a flexibilidade das articulações dos bebês, o botox também tem o objetivo de tentar diminuir as medicações usadas pelas crianças. “Com as articulações mais flexíveis, a tendência é que os espasmos diminuam e, consequentemente, diminui também o uso de medicamentos para combatê-los”, esclarece o médico.

Um dos autores da pesquisa que ligou o vírus da zika à deformidade nas articulações,Epitácio Leite explica que a aplicação do botox não é feita nas crianças diagnosticadas com artrogripose, complicação desenvolvida ainda durante a gestação que também dificulta a flexibilidade das articulações. “Depois de avaliações, estamos aplicando somente nas crianças com hipertonia, condição de rigidez dos músculos que pode surgir após o nascimento”, explica o ortopedista.

Na primeira injeção, Maria Isabela não segurou o grito e as lágrimas. A mãe, Andresa Silva, consolava a filha, dando-lhe beijos na cabeça. “A gente fica de coração apertado por ver o incômodo, mas eu sei que é para o bem dela”, comenta, aliviada. Durando menos de cinco minutos, a aplicação foi feita após uma avaliação prévia das articulações da criança e deve apresentar os primeiros efeitos entre dois e 30 dias.

Mais famosa nas cirurgias plásticas, a aplicação da toxina botulínica em Maria Isabela surpreendeu a família num primeiro momento. “Depois da consulta em que o médico recomendou a aplicação, contei à minha família e eles estranharam, porque a gente ouve falar do botox para tirar rugas. Depois expliquei qual o motivo da aplicação”, relembra a mãe.

Além das respostas positivas aos estímulos motores e oftalmológicos durante as consultas, Andresa também espera que o tratamento com a toxina botulínica também tenha êxito. “Ela não consegue sentar e andar, mas espero que essas aplicações e a fisioterapia melhorem isso”, comenta a mãe.

A esperança de Andresa é compartilhada por Joelson Belo, pai de Joanderson. Por reconhecer a dificuldade do bebê em movimentar as mãos e as pernas, ele também espera pelo sucesso no tratamento do filho. “Quando ele segura alguma coisa, é difícil demais para soltar. Acho que a tendência depois dessa aplicação é melhorar”, comenta.

Saiba mais.

Secretaria de saúde
Links interessantes:
PET Rio sem fumo Rio imagem 10 minutos salvam vidas Xô, Zika !!