23 de setembro de 2016
O suicídio: apoio emocional e troca de experiências ajudam sobreviventes, Fiocruz
Chegamos à última matéria da série “Não há lirismo no suicídio” falando da dor dos parentes, amigos, da dor dos sobreviventes, da lembrança enlutada, mas também da esperança de dias melhores, daí, o destaque para essa música do Gonzaguinha,
“Caminhos do coração”:
E é tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá
E é tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho por mais que pense estar
É tão bonito quando a gente pisa firme
Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos
É tão bonito quando a gente vai à vida
Nos caminhos onde bate bem mais forte o coração
Leia a matéria original:
“Especial , sobre suicídio” na Agência Fiocruz de Notícias.
Marcelo (nome fictício) nunca vai esquecer aquela quinta-feira, 12 de dezembro de 1991. Seu pai acabou com a própria vida. Do alto de seus 14 anos aquilo era, no mínimo, incompreensível – em suas próprias palavras: “lembro que não conseguia entender bem os motivos e o porquê de ter sido abandonado daquela maneira. Passei pelo menos um ano em transe… Tentando me encontrar”.
Em sua tese de doutorado (“Experiência, narrativas e dispositivos infocomunicacionais: sobre o cuidado no comportamento suicida”), defendida em 2013 para o Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)/Icict, Mariana Bteshe afirma que “o apoio social apareceu nas narrativas como um recurso de cuidado mais importante do que os cuidados médicos em si. O que está em questão é a possibilidade de falar sobre o assunto abertamente, de ser acolhido, de fazer parte de um processo de comunicação”, destacando a importância tanto para quem tenta o suicídio quanto para os sobreviventes a necessidade de compartilhar o que está sentindo ou o que ocorreu.
"Na verdade, isso me surpreendeu", afirma, "pois, poucas pessoas tinham acesso ou procuravam os serviços de saude. Mas, os cuidados médicos são essenciais! Um não substitui o outro. Nem é mais importante. São duas formas de cuidado complementares", esclarece. Mariana destaca também que as pessoas que participaram de sua pesquisa relataram “algum impacto negativo ou de mudança em suas vidas, após um suicídio ou terem passado pelo comportamento suicida (...). Uma metáfora que nos parece bastante pertinente é a de um tsunami, que destrói tudo e exige um trabalho intenso de reconstrução e reinvestimento”.
Em sua tese de doutorado (“Experiência, narrativas e dispositivos infocomunicacionais: sobre o cuidado no comportamento suicida”), defendida em 2013 para o Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)/Icict, Mariana Bteshe afirma que “o apoio social apareceu nas narrativas como um recurso de cuidado mais importante do que os cuidados médicos em si.
O que está em questão é a possibilidade de falar sobre o assunto abertamente, de ser acolhido, de fazer parte de um processo de comunicação”, destacando a importância tanto para quem tenta o suicídio quanto para os sobreviventes a necessidade de compartilhar o que está sentindo ou o que ocorreu. "Na verdade, isso me surpreendeu", afirma, "pois, poucas pessoas tinham acesso ou procuravam os serviços de saude. Mas, os cuidados médicos são essenciais! Um não substitui o outro. Nem é mais importante. São duas formas de cuidado complementares", esclarece.
Mariana destaca também que as pessoas que participaram de sua pesquisa relataram “algum impacto negativo ou de mudança em suas vidas, após um suicídio ou terem passado pelo comportamento suicida (...). Uma metáfora que nos parece bastante pertinente é a de um tsunami, que destrói tudo e exige um trabalho intenso de reconstrução e reinvestimento”.
Leia a entrevista de Mariana Bteshe,
"Sobreviventes: a dor e o cuidado"
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